Crise dos Séculos XIV e XV

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Em 1314, faleceu Carlos IV, o Belo, que era o rei da França, seu parente mais próximo era sua irmã Isabel, mãe do rei da Inglaterra Eduardo III, da família Planta geneta. Este seria o sucessor de Carlos IV, mas na França havia a Lei Sálica, que impedia que o herdeiro do trono fosse mulher ou descendente destas. Sendo assim assumiu o trono francês Felipe VI, escolhido pelos nobres franceses.

Eduardo III, não aceitou e reivindicou o trono, mas, além disto, havia o interesse da Inglaterra em se apoderar da rica região comercial de Flandres na França. Sendo assim, deu início em 1337 a Guerra dos Cem Anos, que só terminaria em 1453.


A Dança da Morte de Holbein. A morte era o tema dominante, na Europa do século XIV e XV, em razão da Guerra dos Cem Anos, Peste Negra e da Fome

A Guerra dos Cem Anos afetou todo o continente, foram destruídos campos, cidades e vilas, com a chegada de invernos rigorosos, surgiu a Grande Fome, que matou outros milhares.

A Inglaterra conseguiu grandes vitórias, mas  uma jovem pastora francesa chamada Joana D’arc, convenceu o rei da França (não coroado) Carlos VII e o povo, de que havia recebido uma mensagem de Deus, que era para lutarem, que conseguiriam derrotar os ingleses.

Joana D’arc, com apenas dezessete anos, vestindo uma armadura e com poucos soldados, conseguiu libertar a cidade de Orléans do domínio inglês.

A partir de então os franceses foram tomados de um novo animo e conseguiram mudar a derrota para uma vitória.

Mas a jovem Joana, fora traída pelo próprio rei, que não gostou da popularidade da menina, que passava a ser vista como uma santa pelos franceses.

Capturada pelos borguinhões que eram franceses aliados dos ingleses, ela foi vendida (o rei Carlos VII não quis pagar o resgate) para os ingleses. Ela foi condenada por bruxaria e queimada viva. Era 30 de maio de 1431, olhava para o céu e só disse “Jesus”, não soltando nenhum grito. Em 1920 foi canonizada como santa pelo papa Bento XV.

Outro golpe na Europa foi que durante o período da Guerra dos Cem Anos e da Grande Fome, provavelmente em 1348, ratos contaminados pela Peste Negra, chegaram em navios italianos, vindo da região do Mar Negro e se alastraram por toda a Europa.

As más condições de higiene das cidades medievais e do povo acabaram se tornando o campo ideal de alastramento da peste que matou milhares. O povo vendo a guerra, a fome e a peste, passou a julgar que era chegado o dia do Juízo Final, falado no livro do Apocalipse. Mas o resultado de tudo isto foi a morte de metade da população do continente europeu. Foi um golpe duro no sistema feudal, os reinos precisavam mais do que nunca de um poder político centralizado que resolvesse a crise. Surgirão então os Estados Nacionais Modernos com reis absolutistas poderosos, com uma única lei, moeda, um exército permanente e uma política econômica mercantilista de intervenção do Estado, com o objetivo de acumular riquezas no país.


Figura mostra casal acometido pela Peste Negra, as ulcerações e o
escurecimento da pele, são sinais da doença. Quando associaram a doença
com o rato e este com a falta de higiene. A doença passou a ser controlada

O golpe final na Idade Média, foi a invasão dos turcos otomanos na cidade de Constantinopla, fechando o comércio europeu com o oriente, pelo mar Mediterrâneo, obrigando-os a se lançarem no Atlântico. Iniciava a Idade Moderna.

Europa do século 15 – dominada pela guerra

A contínua crise demográfica da Europa dominada pela praga dos séculos 14 e 15 não acalmou as águas políticas. Indiscutivelmente, a maioria das pessoas enriqueceu quando começou a arrancar as roupas das costas de seus vizinhos mortos enquanto se entupia com os gansos gordos que corriam soltos nos campos abandonados.

Alguém deveria ter pensado que apenas ter sobrevivido já poderia ter acalmado as águas. Em vez disso, as guerras devastaram o continente.

Na Escandinávia, a contínua rebelião sueca contra o sindicato Kalmar espalhou estragos no interior da Suécia, bem como nas cidades ao longo do século
Até 1453, a maior parte do norte e oeste da França foi devastada pelos ingleses até que os franceses finalmente obtiveram o controle
Mais tarde, na segunda metade do século, a guerra de Roses culminou em várias batalhas grandes e decisivas que terminaram com Bosworth em 1485
Na Europa Central, o século começou com as guerras hussitas, que foram mais ou menos uma série de guerras civis travadas entre duas facções imperiais – os Luxemburgo e os Habsburgos.
Na Polônia, a Dinastia Jaguelônica estabeleceu um grande poder em algum momento governando a Lituânia, a Polônia. Bohemia e Hungria
Na Espanha, os anos finais da Reconquista foram estimulados pelo resultado das Guerras Castelhanas de sucessão, levando à captura final de Granada e à quase aniquilação de Portugal.
No leste, duas novas potências imperiais – a Moscóvia e os otomanos constroem suas novas bases de poder por meio de um comportamento agressivo, culminando com a Queda de Constantinopla em 1453 e a derrota final da Horda Dourada Tártara em 1480

Os custos dessas guerras foram imensos e levaram a formas mais criativas de repressão aos camponeses, bem como a novas formas de tributação. Além disso, a guerra foi estimulada por inovações tecnológicas e administrativas, a invenção do arcabuz, bem como a introdução de exércitos permanentes (França 1449).

Essas guerras foram um reflexo da concentração de nós poderosos dentro da rede de estados rivais, como Philippe de Commines tão vividamente esboçado em suas memórias concluídas em 1498. Finalmente, os acontecimentos políticos na França e na Borgonha levaram à consolidação dos quatro grandes europeus potências – França, Espanha, Inglaterra e Sacro Império Romano dos Habsburgos.

Até certo ponto, a mesma concentração de poderes ocorreu em uma escala menor com numerosos feudos menores e maiores levando à consolidação e petrificação da nobreza. No final do século 15, entrar nas fileiras dos exaltados tornou-se quase impossível, como até mesmo os ricos parvenus descobriram ao tentar confraternizar com os poderosos de qualquer reino.

Essa concentração de poder significou a periferização dos menos privilegiados. A formação dos “estados modernos” da cristandade ocidental não ocorreu apenas nos escalões superiores da sociedade.

Ela reverberou nos cantos insignificantes de pequenas cidades, entre a pequena nobreza e ocasionalmente levou a revoltas como as de Paris em 1413 e Ghent em 1477, culminando no início do século XVI.

No centro destes acontecimentos estavam os “príncipes” – reis, duques, condottieri, bispos principescos ou cavaleiros – cujas órbitas seguiam os caminhos da “fortuna”, cuja querida metáfora era a roda.

Fonte: Frederico Czar (Professor de História)

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