Era Napoleônica

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Era Napoleônica – Período

era napoleônica é um período da história da França e da Europa.

É geralmente classificada como a quarta e última etapa da Revolução Francesa, sendo a primeira a Assembleia Nacional, a segunda a Assembleia Legislativa e a terceira o Diretório.

era napoleônica começa aproximadamente com o golpe de Estado de Napoleão Bonaparte, derrubando o Diretório, estabelecendo o Consulado da França e termina durante os Cem Dias e sua derrota na Batalha de Waterloo (9 de novembro de 1799 a 18 de junho de 1815).

Era Napoleônica – O que foi

Após o golpe do 18 Brumário, houve um plebiscito que aceitou a Constituição do Ano 8 instaurando o Consulado Triplo de 1799-1802.

O Consulado tinha entre seus cônsoles Napoleão, reponsável pelo golpe. Um segundo plebiscito aprovou a Constituição do Ano 10 que instalou o Consulado Uno e Vitalício de Napoleão e que durou outros dois anos até o seu atentado.

O atentado gerou um terceiro plebiscito e a consequente instauração do Império com Napoleão imperador. O Império seguiu por 10 anos ? de 1804-1814 e sua derrota final veio na Batalha de Waterloo após o enfraquecimento depois das guerras na Espanha e na Rússia.

Com a derrota, Napoleão foi mandado em exílio para a ilha de Elba ao norte da ilha de Córsega. Por 11 meses o ex-imperador ficou aprisionado como o Imperador de Elba.

Em 1815 fugiu e partiu para Paris a pé sendo seguido por milhares de militares para retomar o poder. Ao chegar em Paris, deu início ao período chamado Os Cem Dias de Napoleão que durou de Março de 1815 até Junho quando Napoleão foi novamente exilado.

As maiores realizações de Napoleão foram:

1. a centralização do poder após anos de instabilidade depois da Revolução Francesa
2. reforma educacional na França com a instalação de vários liceus e colégios
3. a concordata com a Igreja Católica que retornou os padres ao território francês
4. a criação do Banco da França e do franco que durou até a entrada do Euro
5. Código Civil Napoleônico: que representou a consolidação dos ideais da Revolução Francesa

O grande brilhantismo de Napoleão foi observado nas guerras. No âmbito econômico, a maior concorrente da França era a Inglaterra. No âmbito político, a Austria, a Prússia e a Rússia viam a expansão de Napoleão como uma expansão dos ideais da Revolução Francesa. Sendo países absolutistas, temiam que revoluções similares eclodissem em seus territórios.

Para combater a Inglaterra, a França instaurou o Bloqueio Continental que visava sufocar o comércio. Mas quebras do Bloqueio permitiram a sobrevivência da Inglaterra. Em especial, a quebra do Bloqueio pela Rússia inciou a iniciativa que iria destruir o império de Napoleão.

Com a derrota final de Napoleão foi convocado o Congresso de Viena que reuniu Áustria, Rússia, Prússia e Inglaterra.

A meta era reorganizar o mapa político europeu estabelecendo um equilíbrio entre as grandes potências.

Para isso foi adotado o Princípio da Legitimidade, proposto pelo primeiro ministro francês, Talleyrand. As nações européias deveriam retornar a ter as mesmas fronteiras e dinastias que possuiam em 1789. Metternich, primeiro ministro austríaco foi considerado a alma do Congresso.

O resultado do Congresso foi a restauração do Absolutismo e a negação do liberalismo burguês. Como método de implementar as decisões do Congresso, foi formada a Santa Aliança que seria um instrumento político e militar que reprimiria militarmente movimentos de caráter liberal e ou revolucionários.

A Santa Aliança também visava manter o colonialismo, meta que ia contra a filosofia de mercado da Inglaterra que precisava das colônias como mercado consumidor.

Era Napoleônica – O que foi

Napoleão nasceu na Córsega em 1769, freqüentou o colégio militar em Paris. Sua ascensão na carreira militar foi rápida e brilhante. Aos 24 anos, o então tenente de artilharia, apresentou um plano para libertar a cidade de Toulon dos ingleses. O plano foi bem sucedido. E, aos 24 anos, Napoleão foi promovido a general.

Dois anos depois, em 1795, foi nomeado comandante do exército do interior, salvando a República do Diretório da ameaça de um golpe dos realistas.

Napoleão governou a França de forma despótica, mas, foi responsável pela consolidação das instituições revolucionárias que se incorporaram definitivamente à vida dos franceses.

Seu próximo sucesso foi a campanha contra a Áustria, em 1796. A bem sucedida repressão ao golpe realista, em 1795 lhe valeu o comando do exército que deveria combater os austríacos na Itália, onde realizou uma campanha fulminante.Em 1797, a Áustria se retirou do norte da Itália. Os territórios italianos se converteram em repúblicas democráticas. Além dos territórios da península Itálica, a Áustria cedeu a Bélgica e reconheceu o rio Reno como fronteira.

Ao voltar da Itália, Napoleão recebeu a missão de atacar a Inglaterra. Procurou cortar as comunicações inglesas com a Índia, atacando o Egito. Embora o Egito pertencesse aos turcos, era caminho obrigatório dos ingleses para a Índia. Em 1798, Napoleão partiu da França levando um exército de trinta mil homens e uma comissão de sábios e cientistas.

Desembarcou em Alexandria e teve sucesso imediato. Apesar disso, o almirante inglês Nelson, destruiu sua frota em Abukir, no delta do Nilo.

Napoleão e suas tropas foram obrigados a ficar no Egito durante mais de um ano. Durante esse tempo, percorreu a região junto com os sábios franceses. Um destes, Champollion, decifraria os Hieróglifos egípcios em 1822.

Enquanto Napoleão percorria o Egito, a Inglaterra formou uma segunda coalizão contra a França revolucionária e tropas austríacas reocuparam o norte da Itália.

Em 1799, Napoleão abandonou suas tropas e voltou em segredo para a França, às vésperas do golpe de Estado do 18 Brumário. Em 1801, às tropas francesas no Egito se renderam.

Ao chegar, Napoleão foi aclamado pelo povo francês.

A situação na França não era muito tranqüila: o Estado estava a beira da falência e a reocupação da Itália pelos austríacos causou um profundo mal estar na população, que deu a vitória aos jacobinos nas eleições.

Estes se opunham ao Diretório.

A burguesia francesa aspirava uma paz mais duradoura que lhe permitisse desenvolver seus negócios. Napoleão era o homem indicado para alcançar esta paz.

O avanço dos jacobinos inquietava os setores conservadores, liderados pelo astuto abade Sieyés.

Nos dias 9 e 10 de Novembro de 1799 ( 18 e 19 Brumário, segundo o calendário da revolucionário) com o apoio do exército, Napoleão e Sieyés, dissolveram a Assembléia e implantaram uma nova constituição, aprovada pela população. O governo ficou nas mão de um triunvirato; três cônsules liderados por Napoleão.

A queda do Diretório marcou o fim do ciclo revolucionário e o início da consolidação dos princípios da revolução nas instituições francesas. Napoleão, o primeiro cônsul, iniciou uma intensa atividade para consolidar seu poder pessoal internamente e, alcançar a paz no plano internacional.

A constituição do ano VIII foi centralista: dava plenos poderes ao primeiro cônsul. O sistema de eleições indiretas garantiu o predomínio da burguesia.

Os poderes dados a Napoleão encobriam uma monarquia de fato.

A segunda coalizão

Após assumir o consulado, Napoleão retomou a luta contra os inimigos da França. Realizou uma segunda campanha na Itália e expulsou os austríacos. A segunda coalizão, composta para Inglaterra, pela Áustria e pela Prússia, chegou ao fim em 1801. No ano seguinte, um plebiscito, outorgou a Napoleão o título de cônsul vitalício.

Durante o consulado, Napoleão reorganizou a França e reformou a máquina administrativa.

Pacificou a sociedade francesa: obteve a reconciliação dos partidos políticos decretando uma anistia e permitindo o retorno dos emigrados.

A igreja perdeu definitivamente os bens que haviam sido expropriados durante a evolução e ficou subordinada ao estado.

Napoleão reconstruiu os povoados que foram destruídos durante a revolução. Construiu estradas e pontes, melhorou o serviços de correios e instalou o telégrafo em várias cidades.

Reorganizou o sistema educacional francês e, em 1808, criou a Universidade da França.

Recuperou as finanças do país: reordenou os impostos e criou o banco da França.

Em 1804, Napoleão criou uma comissão para elaborar um novo código civil. De acordo com o novo código napoleônico, todos os franceses estavam sujeitos às mesmas leis.

Os princípios de igualdade e liberdade foram consagrados no código elaborado por Napoleão. Instituiu o casamento civil e o divórcio. As greves foram consideradas ilegais.

O Império

Em Maio de 1804, após um novo plebiscito, Napoleão recebeu o título de Imperador. O para Pio VII presidiu a cerimônia de sua coroação como imperador da França, em Paris. Mas, para deixar claro que o Estado não se submetia a igreja, Napoleão colocou a coroa na sua própria cabeça. Com a criação do império, Napoleão centralizou todos os poderes do Estado. Criou uma nova nobreza, fundada no mérito e no talento.

A terceira coalizão: o duelo entre França e Inglaterra

A paz com os estrangeiros não durou muito tempo. Em 1803, recomeçou a guerra contra a Inglaterra. Desta vez, o conflito durou mais de uma década.

A Inglaterra organizou sucessivas coalizões para conseguir a derrota definitiva de Napoleão.

Três fatores principais causaram o conflito:

1 – A burguesia Inglesa sentia-se ameaçada pela expansão do comércio e da industria francesa.
2 –
 A política imperialista de Napoleão na Europa e nas colônias rompeu o equilíbrio europeu em favor da França.
3 – A Inglaterra contava com importantes recursos para enfrentar o poder francês:

3.1 – A industria inglesa era mais desenvolvida do que a francesa.
3.2 –
 Sua posição insular a protegia contra os exércitos franceses.
3.3 –
 Sua marinha de guerra lhe garantia o controle dos mares.
3.4 –
 Os grandes recursos econômicos da Inglaterra lhe permitiriam reunir contra a França os exércitos de outras potências.

Durante a terceira coalizão, a Inglaterra destruiu a frota franco-espanhola na batalha de Trafalgar, em 1805. A batalha naval de Trafalgar, acabou com as esperanças de Napoleão de invadir as ilhas britânicas e, garantiu aos ingleses o domínio do mar durante mais de um século.

No mesmo ano, a França obteve vitórias significativas no continente, redesenhando o mapa da Europa. Após a derrota da Prússia, Napoleão acabou com o sacro império. Em seu lugar criou a confederação do Reno.

Na Itália, criou dois reinos, o da Itália e o de Nápoles.

A quarta coalizão

Em 1806, Inglaterra Prússia e Rússia formaram a quarta coalizão contra Napoleão. Os exércitos franceses derrotaram os prussianos e ocuparam a capital, Berlim. No mesmo ano, Napoleão proclamou o bloqueio continental contra a Inglaterra. De acordo com essa proclamação, nenhum navio inglês podia entrar nos portos da França e de seus aliados, ou seja, nos portos de praticamente toda a Europa.

A Inglaterra respondeu proclamando o bloqueio marítimo da Europa: os contatos com o mundo colonial cessaram.

A Inglaterra tomou as seguintes medidas:

1 – Procurou novos mercados nas colônias.
2 –
 Intensificou o contrabando com as colônias Ibéricas na América do Sul, visando compensar a perda dos mercados europeus.

Em 1807, as forças russas foram derrotadas na Polônia. Lã, Napoleão criou o ducado de Varsóvia. Toda a Europa aderiu ao Bloqueio continental, menos Portugal, aliado da Inglaterra e o papado.

Ainda em 1807, tropas francesas atravessaram a Espanha e tomaram Portugal. A família Real portuguesa fugiu para o Brasil, amparada pela esquadra inglesa.

Em 1808, tropas francesas tomaram Roma e prenderam o papa.

Napoleão e a Espanha

A Espanha participou da primeira coalizão contra a França. Depois disso tornou-se sua aliada constante. A perda da frota em Trafalgar motivou sentimentos antifranceses na população espanhola.

Com o pretexto de enviar reforços para Portugal, Napoleão invadiu a Espanha. Em 1808, tropas francesas ocuparam Madri. Aproveitando a disputa pelo trono entre o rei Carlos IV e seu filho, Fernando VII, Napoleão os prendeu na cidade de Bayonne. José, irmão de Napoleão, assumiu o trono da Espanha. A partir de então, vários movimentos populares se opuseram a ocupação francesa. Na América espanhola, a prisão do rei da Espanha, detonou o movimento de independência.

As cidades espanholas resistiram à dominação francesa. A guerra de guerrilhas causou muitas baixas ao exército francês. Em 1812, José Bonaparte teve de abandonar Madri, devido às vitórias do General inglês Wellington na Espanha. A partir de então, a resistência a ocupação francesa foi comandada pelas juntas de governo, instaladas em Sevilha e Cádiz. Em 1810, um conselho de resistência convocou as cortes. Em 1812, as cortes promulgaram a primeira constituição da Espanha.

A quinta coalizão

Devido a formação de uma nova coalizão entre a Inglaterra e Áustria contra a França, Napoleão foi obrigado a deixar a Espanha. Após derrotar os austríacos, intruduziu os princípios revolucionários e implementou medidas contra o antigo regime nos territórios recém conquistados.

Aboliu a servidão
Instituiu os princípios de igualdade perante a lei e os impostos
Suprimiu os privilégios existentes
Introduziu um novo código legislativo, baseado no código francês
Nacionalizou os bens da igreja
Reformou a administração do Estado segundo o modelo francês

Mas, o imenso império conquistado por Napoleão tinha um ponto fraco: a Espanha e a Rússia

A campanha na Rússia

No final de 1810, a Rússia resolveu furar o bloqueio continental. Napoleão decidiu empreender uma campanha contra a Rússia. Os preparativos para a campanha demoraram um ano.

Napoleão reuniu um exército de seiscentos mil soldados aliados. Em Junho de 1812, o exército multinacional de Napoleão entrou na Rússia.

Ao invés de enfrentar o invasor, os russos abandonavam suas terras e incendiavam tudo. Em Setembro de 1812, o exército de Napoleão chegou até Moscou exausto, mas venceu a batalha. Entretanto, Moscou fora incendiada pelos russos e o exército vencedor ficou sem provisões. No início do inverno começou a retirada do exército napoleônico.

O frio e o ataque da cavalaria de cossacos quase dizimaram as tropas de Napoleão. Apenas cinqüenta mil soldados voltaram da campanha contra a Rússia.

A sexta coalizão (1813)

A derrota de Napoleão na Rússia precipitou uma sublevação na Prússia e na Áustria que formaram uma nova coalizão com a Inglaterra. Napoleão derrotou os exércitos da Rússia e da Prússia. Enquanto isso, os exércitos franceses estavam sendo derrotados na península ibérica por forças espanholas e e inglesas.

Após a batalha de Leipzig, em 1813, os exércitos de Napoleão abandonaram os principados alemães. A rebelião contra o império se estendeu até a Itália, Bélgica e Holanda. No início de 1814, os exércitos da sexta coalizão invadiram a França a partir da Espanha e do Reno.

Em Março de 1814, os aliados da Inglaterra tomaram Paris. Napoleão foi destituído pelo senado francês abdicando em favor de seu filho, Napoleão II. Os aliados não aceitaram que seu filho assumisse o trono. Assim, Luiz XVIII assumiu o trono da França restaurando a dinastia Bourbon.

Napoleão foi enviado para a ilha de Elba, onde permaneceu exilado.

O congresso de Viena

Em Novembro de 1814, reis e enviados reais se reuniram no congresso de Viena para desenhar o mapa da Europa pós-napoleônica.

O congresso foi presidido pelo Chanceler austríaco Metternich, defensor do absolutismo.

Dois princípios básicos orientaram as resoluções do congresso:

A restauração das dinastias destituídas pela revolução e consideradas “legitimas”
A restauração do equilíbrio entre as grandes potências, evitando a hegemonia de qualquer uma delas.

A divisão territorial pactuada em Viena, não satisfez a nenhuma das potências participantes: os vencedores cuidaram de seus interesses políticos mais imediatos.

Trocaram territórios entre si para garantir o “equilíbrio” europeu.

A Inglaterra obteve as melhores bases navais.
A Rússia anexou a Finlândia e a Polônia.
Áustria anexou a região dos Bálcãs.

Os principados alemães formaram a confederação alemã com 38 Estados. A Prússia e a Áustria participavam dessa confederação.

A península Itálica continuou abrigando vários principados e repúblicas aristocráticas. A Áustria ocupou o norte.
A Bélgica uniu-se a Holanda e formou o reino dos paises baixos.
A Suécia e a Noruega se uniram.
A Turquia manteve o controle dos povos cristãos do sudeste da Europa.

As fronteiras dos países foram alteradas de acordo com os interesses de seus “legítimos soberanos”, ou seja, dos monarcas absolutistas.

O problema das nacionalidades e da unidade da Alemanha e da Itália se aprofundou durante todo o século XIX, ocasionando conflitos violentos.

A volta de Napoleão

Tendo em vista os rumos tomados pelo congresso de Viena, Napoleão decidiu abandonar seu exílio na ilha de Elba. Em 1815, desembarcou em Cannes, porto francês, e se dirigiu a Paris.

O rei mandou uma guarnição de soldados para prendê-lo, mas estes aderiram a Napoleão. Luiz XVIII fugiu para a Bélgica.

A sétima coalizão

Novamente no poder, Napoleão informou ao congresso de Viena que desejava governar em paz, respeitando as fronteiras traçadas.

As potências que haviam derrotado Napoleão anteriormente não aceitaram essa proposta e formaram uma nova coalizão. A sétima coalizão foi formada pela Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia.

Napoleão foi derrotado na Batalha de Waterloo.

Desta vez, foi mantido prisioneiro na ilha de Santa Helena, no oceano Atlântico, onde morreu em 1821

Era Napoleônica: como a ambição de um homem reformulou o mapa da Europa.

Napoleão cruzando os Alpes

A introdução do alistamento nacional para o exército em fevereiro de 1793 foi a faísca que em março fez a Vendéia, já rebelde desde 1790 por causa das mudanças impostas à Igreja Católica Romana pela Constituição Civil do Clero (1790), explodir em uma guerra civil contra o governo revolucionário francês em Paris.

Ao norte do Loire, revoltas semelhantes foram iniciadas pelos chamados Chouans (rebeldes monarquistas).

Em março de 1793, a França também declarou guerra à Espanha, os rebeldes da Vendéia obtiveram algumas vitórias contra Paris e o exército francês foi derrotado na Bélgica pela Áustria com o general francês Dumouriez desertando para os austríacos: a sobrevivência da República Francesa estava agora em perigo real.

Enfrentando revoltas locais e invasões estrangeiras no leste e no oeste do país, o assunto governamental mais urgente era a guerra. Em 6 de abril de 1793, para evitar que a Convenção se perdesse em debates abstratos e para agilizar as decisões do governo, foi criado o Comité de salut public (Comitê da Prosperidade Pública), visto que o governo executivo prestava contas à Convenção.

Batalha de Valmy, 20 de setembro de 1792

Guerras Revolucionárias Francesas

A introdução do alistamento nacional para o exército em fevereiro de 1793 foi a faísca que em março fez a Vendéia, já rebelde desde 1790 por causa das mudanças impostas à Igreja Católica Romana pela Constituição Civil do Clero (1790), explodir em uma guerra civil contra o governo revolucionário francês em Paris.

Ao norte do Loire, revoltas semelhantes foram iniciadas pelos chamados Chouans (rebeldes monarquistas).

Em março de 1793, a França também declarou guerra à Espanha, os rebeldes da Vendéia obtiveram algumas vitórias contra Paris e o exército francês foi derrotado na Bélgica pela Áustria com o general francês Dumouriez desertando para os austríacos: a sobrevivência da República Francesa estava agora em perigo real.

Enfrentando revoltas locais e invasões estrangeiras no leste e no oeste do país, o assunto governamental mais urgente era a guerra. Em 6 de abril de 1793, para evitar que a Convenção se perdesse em debates abstratos e para agilizar as decisões do governo, foi criado o Comité de salut public (Comitê da Prosperidade Pública), visto que o governo executivo prestava contas à Convenção.

Batalha de Fleurus

O general

Napoleão em seu escritório

Napoleão Bonaparte foi um estadista francês e líder militar de ascendência italiana que ganhou destaque durante a Revolução Francesa e liderou várias campanhas bem-sucedidas durante as Guerras Revolucionárias Francesas. Ele foi o imperador dos franceses como Napoleão I de 1804 até 1814 e novamente em 1815 durante os Cem Dias.

Napoleão dominou os assuntos europeus e globais por mais de uma década enquanto liderava a França contra uma série de coalizões nas Guerras Napoleônicas. Ele venceu a maioria dessas guerras e a vasta maioria de suas batalhas, construindo um grande império que governou grande parte da Europa continental antes de seu colapso final em 1815. Ele é considerado um dos maiores comandantes da história, e suas guerras e campanhas são estudadas em escolas militares em todo o mundo.

O legado político e cultural de Napoleão perdurou como um dos líderes mais célebres e controversos da história da humanidade.

Em julho de 1793, Bonaparte publicou um panfleto pró-republicano intitulado Le souper de Beaucaire (Ceia em Beaucaire), que ganhou o apoio de Augustin Robespierre, irmão mais novo do líder revolucionário Maximilien Robespierre. Com a ajuda de seu colega corso Antoine Christophe Saliceti, Bonaparte foi nomeado comandante de artilharia das forças republicanas no Cerco de Toulon.

Alguns contemporâneos alegaram que Bonaparte foi posto em prisão domiciliar em Nice por sua associação com os Robespierres após sua queda na Reação Termidoriana em julho de 1794, mas o secretário de Napoleão, Bourrienne, contestou a alegação em suas memórias. Segundo Bourrienne, o ciúme foi o responsável, entre o Exército dos Alpes e o Exército da Itália (com quem Napoleão foi destacado na época). Bonaparte despachou uma defesa apaixonada em uma carta ao comissário Saliceti, e ele foi posteriormente absolvido de qualquer delito.

Ele foi libertado em duas semanas e, devido às suas habilidades técnicas, foi solicitado a traçar planos para atacar as posições italianas no contexto da guerra da França com a Áustria.

Ele também participou de uma expedição para retomar a Córsega dos britânicos, mas os franceses foram repelidos pela Marinha Real britânica.

Enquanto estava no Egito, Bonaparte manteve-se informado sobre os assuntos europeus. Ele soube que a França havia sofrido uma série de derrotas na Guerra da Segunda Coalizão. Em 24 de agosto de 1799, ele aproveitou a partida temporária de navios britânicos dos portos costeiros franceses e partiu para a França, embora não tivesse recebido ordens explícitas de Paris. O exército ficou a cargo de Jean Baptiste Kléber.

Sem que Bonaparte soubesse, o Diretório havia enviado ordens para retornar a fim de evitar possíveis invasões de solo francês, mas linhas de comunicação deficientes impediam a entrega dessas mensagens.

Quando ele chegou a Paris em outubro, a situação da França havia melhorado com uma série de vitórias. A República, entretanto, estava falida e o ineficaz Diretório era impopular entre a população francesa.

O Diretório discutiu a “deserção” de Bonaparte, mas era fraco demais para puni-lo.

Apesar das falhas no Egito, Napoleão voltou às boas-vindas de um herói. Ele formou uma aliança com o diretor Emmanuel Joseph Sieyès, seu irmão Lucien, presidente do Conselho dos Quinhentos Roger Ducos, o diretor Joseph Fouché e Talleyrand, e eles derrubaram o Diretório por um golpe de estado em 9 de novembro de 1799 (“o 18 de Brumário ”de acordo com o calendário revolucionário), encerrando o Conselho dos Quinhentos. Napoleão tornou-se o “primeiro cônsul” por dez anos, com dois cônsules nomeados por ele que tinham apenas vozes consultivas. Seu poder foi confirmado pela nova “Constituição do Ano VIII”, originalmente concebida por Sieyès para dar a Napoleão um papel menor, mas reescrita por Napoleão, e aceita por voto popular direto (3.000.000 a favor, 1.567 contra).

A constituição preservou a aparência de uma república, mas, na realidade, estabeleceu uma ditadura.

Golpe de Estado de 18-19 Brumário ano VIII

Napoleão estabeleceu um sistema político que o historiador Martyn Lyons chamou de “ditadura por plebiscito”. Preocupado com as forças democráticas desencadeadas pela Revolução, mas não querendo ignorá-las totalmente, Napoleão recorreu a consultas eleitorais regulares com o povo francês em seu caminho para o poder imperial.

Ele redigiu a Constituição do Ano VIII e garantiu sua eleição como Primeiro Cônsul, fixando residência nas Tulherias. A constituição foi aprovada em um plebiscito fraudado realizado em janeiro seguinte, com 99,94 por cento oficialmente listado como votando “sim”.

O irmão de Napoleão, Lucien, falsificou os retornos para mostrar que 3 milhões de pessoas participaram do plebiscito. O número real era 1,5 milhão. Os observadores políticos da época presumiram que o público eleitor francês elegível era de cerca de 5 milhões de pessoas, de modo que o regime duplicou artificialmente a taxa de participação para indicar o entusiasmo popular pelo Consulado.

Nos primeiros meses do Consulado, com a guerra na Europa ainda violenta e a instabilidade interna ainda assolando o país, o controle de Napoleão no poder permaneceu muito tênue.

Batalha de Marengo

Na primavera de 1800, Napoleão e suas tropas cruzaram os Alpes suíços para a Itália, com o objetivo de surpreender os exércitos austríacos que reocuparam a península quando Napoleão ainda estava no Egito.

Após uma difícil travessia dos Alpes, o exército francês entrou nas planícies do norte da Itália praticamente sem oposição. Enquanto um exército francês se aproximava do norte, os austríacos estavam ocupados com outro estacionado em Gênova, que estava sitiado por uma força substancial. A feroz resistência deste exército francês, comandado por André Masséna, deu às forças do norte algum tempo para realizar suas operações com pouca interferência.

Depois de passar vários dias se procurando, os dois exércitos colidiram na Batalha de Marengo em 14 de junho. O general Melas tinha uma vantagem numérica, destacando cerca de 30.000 soldados austríacos, enquanto Napoleão comandava 24.000 soldados franceses. A batalha começou favoravelmente para os austríacos, pois seu ataque inicial surpreendeu os franceses e gradualmente os fez recuar.

Melas afirmou que ganhou a batalha e se retirou para seu quartel-general por volta das 15h, deixando seus subordinados encarregados de perseguir os franceses.

As linhas francesas nunca se romperam durante sua retirada tática. Napoleão constantemente cavalgava entre as tropas, incitando-as a resistir e lutar.

Durante o Consulado, Napoleão enfrentou vários monarquistas e conspirações de assassinato de jacobinos, incluindo a Conspiração da Adaga em outubro de 1800 e a Conspiração da Rua Saint-Nicaise (também conhecida como Máquina Infernal) dois meses depois. Em janeiro de 1804, sua polícia descobriu um plano de assassinato contra ele que envolvia Moreau e que era ostensivamente patrocinado pela família Bourbon, os ex-governantes da França. Seguindo o conselho de Talleyrand, Napoleão ordenou o sequestro do duque de Enghien, violando a soberania de Baden. O duque foi rapidamente executado após um julgamento militar secreto, embora não tivesse se envolvido na conspiração.

A execução de Enghien enfureceu as cortes reais em toda a Europa, tornando-se um dos fatores políticos que contribuíram para a eclosão das Guerras Napoleônicas.

Para expandir seu poder, Napoleão usou esses planos de assassinato para justificar a criação de um sistema imperial baseado no modelo romano.

Ele acreditava que uma restauração Bourbon seria mais difícil se a sucessão de sua família estivesse enraizada na constituição. Lançando mais um referendo, Napoleão foi eleito imperador dos franceses por uma contagem superior a 99%. Tal como aconteceu com o Consulado da Vida dois anos antes, este referendo produziu forte participação, trazendo quase 3,6 milhões de eleitores às urnas.

Uma observadora atenta da ascensão de Bonaparte ao poder absoluto, Madame de Rémusat, explica que “os homens desgastados pela turbulência da Revolução… procuravam o domínio de um governante capaz” e que “as pessoas acreditavam sinceramente que Bonaparte, fosse como cônsul ou imperador, iria exercer sua autoridade e salvá-los dos perigos da anarquia. ”

Napoleão I no trono imperial

A coroação de Napoleão ocorreu em 2 de dezembro de 1804.

Duas coroas separadas foram trazidas para a cerimônia: uma coroa de louros dourada que lembra o Império Romano e uma réplica da coroa de Carlos Magno.

Napoleão entrou na cerimônia usando a coroa de louros e a manteve na cabeça durante todo o processo.

Para a coroação oficial, ele ergueu a coroa de Carlos Magno sobre a cabeça em um gesto simbólico, mas nunca a colocou no topo porque já estava usando a coroa de ouro. Em vez disso, ele colocou a coroa na cabeça de Josephine, o evento comemorado na pintura oficialmente sancionada por Jacques-Louis David. Napoleão também foi coroado Rei da Itália, com a Coroa de Ferro da Lombardia, na Catedral de Milão em 26 de maio de 1805. Ele criou dezoito marechais do Império entre seus principais generais para garantir a lealdade do exército em 18 de maio de 1804, o início oficial do Império.

Fonte: www.geocities.com/rivendell.fortunecity.com/www.potyguar.com/medium.com

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