Hiroshima e Nagasaki

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Hiroshima e Nagasaki – História

As 8:15 da manhã de 6 de agosto de 1945, quando os moradores de Hiroshima estavam começando o dia, um avião americano B-29, chamado Enola Gay, soltou uma bomba atômica chamada “Little Boy”, com 12,500 toneladas de TNT, que detonou 580 metros acima do Hospital Shima próximo ao centro da cidade.

Como resultado do ataque, calor e incêndios, a cidade de Hiroshima foi destruída e 90 mil pessoas morreram naquele dia. Três dias após destruir Hiroshima, outro avião B-29 atacou a cidade de Nagasaki com a terceira arma atômica mundial. O ataque resultou em mortes imediatas de 40 mil pessoas.

Até o final de 1945, 145 mil pessoas tinham morrido em Hiroshima e 75 mil em Nagasaki. Mais dezenas de milhares de pessoas sofreram ferimentos sérios.

Mortes entre os sobreviventes continuaram nos próximos anos devido aos efeitos da radiação que também causou o nascimento de bebês com má formação.

Na concepção de muitos, se não da maioria dos cidadãos americanos, as bombas atômicas salvaram a vida de talvez 1 milhão de soldados americanos e a destruição de Hiroshima e Nagasaki é vista como um pequeno preço a ser pago por salvar tantas vidas e levar a guerra terrível ao final.

Esta visão dá a impressão que o ataque nestas cidades com armas atômicas foi útil, rendeu frutos e é uma ocasião a ser celebrada.

Más a necessidade de se jogar as bombas para terminar a guerra tem sido amplamente discutido pelos historiadores. Muitos intelectuais, incluindo Lifton e Michell, mostram que o Japão estava com intenções de se render quando as bombas foram jogadas, que a estratégia militar americana havia calculado muito menos baixas de uma invasão do Japão e finalmente que havia outras maneiras de se terminar a guerra sem utilizar bombas atômicas nas duas cidades japonesas.

Entre os críticos do uso das armas nucleares em Hiroshima e Nagasaki estão líderes militares americanos.

Em uma entrevista após guerra o General Dwight Eisenhower, que mais tarde viria a ser presidente dos EUA, disse a um jornalista: ” … os japoneses estavam prontos para se renderem e não era necessário atacá-los com aquela coisa terrível.”

O Almirante William D. Leahy, chefe do grupo de trabalho de Truman, escreveu:

” Na minha opinião o uso desta arma bárbara em Hiroshima e Nagasaki não ajudou em nada na nossa guerra contra o Japão. Os japoneses já estavam vencidos prontos a se renderem … Sinto que sendo os primeiros a usá-la, nós adotamos o mesmo código de ética dos bárbaros na Idade Média (…) Guerras não podem ser ganhas destruindo mulheres e crianças …”

Não há reconhecimento suficiente no mundo e nem nos EUA de que as vítimas das bombas eram na maioria civis, que aqueles mais próximos do epicentro das explosões foram incenerados enquanto os mais distantes receberam a radiação, que muitos tiveram mortes dolorosas e que mesmo hoje, mais de cinco décadas após o ataque com bombas nucleares, os sobreviventes ainda sofrem os efeitos da radiação.

As bombas de Hiroshima e Nagasaki fazem parte do passado.

Mas elas ensinem umas das lições mais importantes da humanidade: existe a possibilidade de sermos exterminados como espécie, não simplesmente mortes individuais, mas o fim dos seres humanos.

Cada dia em que as armas nucleares continuem a existir na Terra é um dia que se festeja uma catástrofe como aquelas de Hiroshima e Nagasaki em 6 e 9 de agosto de 1945.

Mais de 30 mil armas nucleares existem no mundo hoje. Tudo isto apesar de que os maiores e mais antigos portadores de armas nucleares, EUA, Russia, China, França e Reino Unido, terem prometido, há mais de 30 anos, eliminar suas armas nucleares. A proliferação de armas nucleares para Israel, India, Paquistão e Korea do Norte e a possível aquisição e produção de armas nucleares por organizações não estatais, tem aumentado o perigo de uma guerra nuclear intencional ou por acidente mais cedo ou mais tarde.

Milhões de pessoas no mundo todo não aceitam que armas nucleares possam nos defender, nossos países, os valores que acreditamos, nosso mundo, nem o mundo que queremos passar para nossas crianças e netos.

Existem muitos grupos e campanhas trabalhando para a eliminação sistemática das armas nucleares através de controle internacional e criar maneiras para que isto aconteça.

Uma destas maneiras é se juntar aos Prefeitos que estão chamando os líderes do Governo para a conferência do NPT – Tratado de Não Proliferação Nuclear em 2005.

O mundo precisa de símbolos em comum para se unir. Um símbolo em comum é a foto da Terra tirada do espaço.

Esta foto é um símbolo que nos faz entender imediatamente que compartilhamos o mesmo planeta e um futuro em comum. E este futuro em comum está em nossas mãos.

É nossa responsabilidade ajudar o mundo a se livrar dos mecanismos que geram violência e sofrimento e investir em uma geração de construtores da paz.

É tempo de se começar a educar para a paz e ajudar a passar às crianças e jovens a visão, o conhecimento, habilidades e atitudes que eles precisarão para serem líderes e co-criadores de um mundo de paz, harmonia e justiça para todos.

Hiroshima e Nagasaki – Segunda Guerra Mundial

Em 6 de agosto de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), um americano bombardeiro B-29 caiu primeiro implantado bomba atômica do mundo sobre a cidade japonesa de Hiroshima.

A explosão dizimou 90 por cento da cidade e imediatamente mataram 80.000 pessoas; dezenas de milhares mais viria a morrer de exposição à radiação.

Três dias depois, uma segunda B-29 caiu outra bomba atômica sobre Nagasaki, matando cerca de 40.000 pessoas.

Do Japão Imperador Hirohito anunciou a rendição incondicional de seu país na Segunda Guerra Mundial em um programa de rádio em 15 de agosto, citando o poder devastador de “um novo e mais cruel bomba”.

Mesmo antes do início da guerra, em 1939, um grupo de cientistas, muitos americanos deles refugiados de regimes fascistas na Europa tornou-se preocupado com a pesquisa de armas nucleares que está sendo realizado na Alemanha nazista.

Em 1940, o governo americano começou a financiar o seu próprio programa de desenvolvimento de armas atômicas, que ficou sob a responsabilidade conjunta do Instituto de Investigação Científica e Desenvolvimento eo Departamento de guerra após a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial.

O US Army Corps of Engineers foi encarregado de liderar a construção das vastas instalações necessárias para o programa ultra-secreto, de codinome “The Manhattan Project” (para o corpo de engenharia ‘do distrito de Manhattan).

Ao longo dos próximos anos, os cientistas do programa trabalhou em produzir os materiais essenciais para a fissão nuclear do urânio-235 e plutônio (Pu-239).

Eles enviara-los para Los Alamos, Novo México, onde uma equipe liderada por J. Robert Oppenheimer trabalhou para transformar esses materiais em uma bomba atômica viável. Logo no início da manhã de 16 de julho de 1945, o Projeto Manhattan realizou seu primeiro teste bem-sucedido de um dispositivo de uma bomba atômica de plutônio-no local de teste do Trinity em Alamogordo, Novo México.

Até o momento do teste Trinity, as potências aliadas já havia derrotado a Alemanha na Europa. Japão, no entanto, prometeu lutar até o amargo fim, no Pacífico, apesar das instruções claras (já em 1944) que eles tinham pouca chance de ganhar. De fato, entre meados de abril 1945 (quando o presidente Harry Truman assumiu o cargo) e meados de julho, as forças japonesas infligido baixas aliadas, totalizando quase metade aos sofridos em três anos completos de guerra no Pacífico, provando que o Japão tornou-se ainda mais mortal quando confrontado com a derrota. No final de julho, o governo militarista do Japão rejeitou a exigência dos Aliados para a rendição estendeu na Declaração de Potsdam, que ameaçava os japoneses com “destruição imediata e absoluta” se eles se recusaram.

Hiroshima, um centro de cerca de 350.000 pessoas, localizado a cerca de 500 quilômetros de Tóquio fabricação, foi escolhido como o primeiro alvo.

Depois de chegar na base americana na ilha do Pacífico de Tinian, a mais de 9.000 quilos de urânio-235 bomba foi carregado a bordo de um modificado bombardeiro B-29 batizado de Enola Gay (após a mãe de seu piloto, o coronel Paul Tibbets). O avião caiu a como “Little Boy” -por pára-quedas às 8:15 da manhã conhecida-bomba, que explodiu 2.000 pés acima Hiroshima em uma explosão igual a 12-15,000 toneladas de TNT, destruindo cinco quilômetros quadrados da cidade.

Devastação de Hiroshima não conseguiu obter a rendição japonesa imediato, no entanto, e em 9 de agosto major Charles Sweeney voou outro bombardeiro B-29, Bockscar, a partir de Tinian. Grossas nuvens sobre o alvo principal, a cidade de Kokura, dirigiu Sweeney a um alvo secundário, Nagasaki, onde a bomba de plutônio “Fat Man” caiu às 11:02 da manhã.

Mais poderoso do que o usado em Hiroshima, a bomba pesava quase 10.000 quilos e foi construída para produzir uma explosão de 22 quilotons. A topografia de Nagasaki, que foi instalado em vales estreitos entre as montanhas, redução do efeito da bomba, o que limita a destruição de 2,6 quilômetros quadrados.

Ao meio-dia em 15 ago 1945 (horário japonês), o imperador Hirohito anunciou a rendição de seu país em uma transmissão de rádio. A notícia espalhou-se rapidamente, e “Victory in Japan” ou celebrações “Dia VJ” estourou em todo os Estados Unidos e outras nações aliadas. O acordo formal rendição foi assinado em 02 de setembro, a bordo os EUA encouraçado Missouri, ancorado na baía de Tóquio.

Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki

Na manhã de 6 de Agosto de 1945, a Força Aérea Americana largou a arma nuclear Little Boy na cidade de Hiroshima (Japão), à qual se seguiu, três dias mais tarde, a detonação da bomba Fat Man sobre Nagasaki.

As estimativas do número total de mortos variam entre 100.000 e 220.000, sendo algumas estimativas consideravelmente mais elevadas quando são contabilizadas as mortes posteriores devido à exposição à radiação.

Mais de 90% dos indivíduos mortos eram civis.

O papel dos bombardeamentos na rendição do Japão, assim como seus efeitos e justificações, foram submetidos a muito debate. Nos E.U.A., o ponto de vista que prevalece é que os bombardeios terminaram a guerra meses mais cedo do que haveria acontecido, salvando muitas vidas que seriam perdidas em ambos os lados se a invasão planejada do Japão tivesse ocorrido. No Japão, o público geral tende a crer que os bombardeios foram desnecessários, uma vez que a preparação para a rendição já estava em progresso em Tóquio.

Prelúdio aos bombardeios

Os Estados Unidos, com auxílio do Reino Unido e Canadá, projetaram e construíram as bombas sob o nome de código Projeto Manhattan inicialmente para o uso contra a Alemanha Nazista.

O primeiro dispositivo nuclear, chamado Gadget, foi testado no Novo México a 16 de Julho de 1945.

As bombas de Hiroshima e Nagasaki foram a segunda e terceira a serem detonadas e as únicas que já foram empregues como armas de destruição em massa.

Hiroshima e Nagasaki não foram as primeiras cidades do Eixo a serem bombardeadas pelas forças Aliadas, não tendo sido a primeira vez que tais bombardeamentos tenham causado grande número de mortes civis e nem mesmo a primeira vez que tais bombardeamentos foram (ou, antes, viriam a ser) considerados controversos. Por exemplo, o bombardeamento de Tóquio em Março de 1945 poderá ter morto até 100.000 pessoas. Cerca de 60 cidades japonesas tinham, por essa altura, sido destruídas por uma campanha aérea massiva, incluindo grandes raides aéreos nas cidades de Tóquio e Kobe. Na Alemanha, o bombardeamento Aliado de Dresden teve como resultado quase 30.000 mortes.

Ao longo de 3½ de envolvimento direto dos E.U.A. na 2ª Guerra Mundial, aproximadamente 400.000 vidas estado-unidenses tinham sido perdidas, cerca de metade das quais na guerra contra o Japão.

Nos meses anteriores aos bombardeamentos, da Batalha de Okinawa resultaram as mortes de 50-150.000 civis, 100-125.000 militares Japoneses e cerca de 72.000 militares dos E.U.A..

Esperava-se que uma invasão do Japão traria um número de baixas muitas vezes superior àquele de Okinawa.

A decisão de largar as bombas sobre o Japão foi tomada pelo Presidente dos E.U.A. da altura, Harry Truman.

A sua intenção pública de ordenar os bombardeamentos foi de trazer um fim célere à guerra por inflicção de destruição e terror de subsequente destruição, obrigando o Japão a apresentar a sua rendição.

Em 26 de Julho, Truman e outros líderes aliados redigiram a Declaração de Potsdam, a qual delineava os termos da rendição do Japão:

“…O poder que agora converge sobre o Japão é imensuravelmente superior ao que, quando aplicado ao Nazis resistentes, semeou de forma necessária a destruição pelas terras, pela indústria e forma de vida de todo o povo alemão. A plena aplicação do nosso poder militar, apoiado pela nossa determinação, significará a inevitável e completa destruição das forças armadas japonesas e a igualmente inevitável e completa devastação da pátria japonesa…”
“…Apelamos ao Governo do Japão que proclame agora a rendição incondicional de todas as forças armadas japonesas, e o fornecimento de garantias próprias e adequadas da sua boa fé em tal ação. A alternativa para o Japão é a rápida e total destruição.”
No dia seguinte, jornais japoneses noticiavam que a declaração, cujo texto tinha sido radiodifundido e largado em papéis sobre o Japão, tinha sido rejeitada. A bomba atômica era ainda um segredo fortemente guardado e não mencionado na declaração.

Escolha dos alvos

O Conselho de Alvos (em inglês, Target Committee) de Los Alamos recomendou, a 10 e 11 de Maio de 1945, as cidades de Kyoto, Hiroshima, Yokohama e o arsenal em Kokura como possíveis alvos.

O Conselho rejeitou o uso da arma contra um alvo estritamente militar devido à hipótese de falhar um pequeno alvo que não fosse rodeado por uma grande área urbana.

Os efeitos psicológicos no Japão eram de enorme importância para os membros do Conselho.

Também concordaram entre si que o uso inicial da arma deveria ser suficientemente espetacular e importante por forma a ser reconhecido internacionalmente. O Conselho sentiu que Kyoto, sendo um dos centros intelectuais do Japão, tinha uma população “melhor preparada para compreender o significado da arma”.

Hiroshima foi escolhida devido à sua grande dimensão e ao potencial de destruição que poderia demonstrar após ser atingida.

O Secretário de Guerra Henry Stimson excluiu Kyoto da lista devido à sua importância cultural, enfrentando objeções do General Leslie Groves, administrador do Projeto Manhattan.

De acordo com o Professor Edwin O. Reischauer, Stimson “tinha conhecido e admirado Kyoto desde a altura em que aí tinha passado a sua lua-de-mel, várias décadas antes”. O General Carl Spaatz elegeu Hiroshima, Kokura, Niigata e Nagasaki como alvos, pela ordem indicada.

Hiroshima

Hiroshima durante a 2ª Guerra Mundial

Por altura do seu bombardeamento, Hiroshima era uma cidade de considerável valor industrial e militar. Mesmo alguns aquartelamentos militares estavam localizados nas suas imediações, tais como os quartéis-generais da Quinta Divisão e o 2º Quartel-General do Exército Geral do Marechal de Campo Shunroku Hata, o qual comandou a defesa de todo o sul do Japão.

Hiroshima era considerada uma base menor de fornecimentos e de logística para os militares japoneses.

A cidade era, com efeito, um centro de comunicações, um ponto de armazenamento, e uma zona de reunião para tropas.

Era uma das cidades japonesas deixadas deliberadamente intocadas pelos bombardeamentos estado-unidenses, proporcionando um ambiente perfeito para medir o dano causado pela bomba atômica.

Outra descrição da época sublinha que após o General Spaatz ter informado que Hiroshima era a única cidade alvo sem campos de prisioneiros de guerra, Washington decidiu atribuir-lhe a máxima prioridade.

O centro da cidade continha vários edifícios de betão armado e outras estruturas mais ligeiras. A área à volta do centro estava congestionada por um denso aglomerado de oficinas de madeira, construídas entre as casas japonesas. Algumas fábricas de maior dimensão estavam estabelecidas no limite urbano. As casas eram, na sua maioria, de madeira com topos de telha, sendo também de madeira vários dos edifícios fabris. A cidade era assim, no seu todo, extremamente susceptível a danos por fogo.

A população de Hiroshima tinha atingido um máximo de mais de 380.000 pessoas no início da guerra, mas ainda antes da bomba atômica a população tinha já começado a diminuir firmemente devido a uma evacuação sistemática ordenada pelo governo japonês. Na altura do ataque, o número de habitantes era de aproximadamente 255.000 pessoas. Este número é baseado no registo populacional que o governo de então utilizava para calcular o número de rações, pelo que as estimativas de trabalhadores e tropas adicionais que entravam na cidade poderão ser inexatas.

O bombardeamento

Hiroshima foi o alvo principal da primeira missão de ataque nuclear dos E.U.A., a 6 de Agosto de 1945.

Hiroshima e NagasakiO B-29 Enola Gay, aterrissa em sua base, após ter lançado a
bomba atômica sobre Hiroshima

O B-29 Enola Gay, pilotado e comandado pelo Coronel Paul Tibbets, descolou da base aérea de Tinian no Pacífico Oeste, a aproximadamente 6 horas de voo do Japão. O dia 6 foi escolhido por ter havido anteriormente alguma formação de nuvens sobre o alvo. Na altura da descolagem, o tempo estava bom e tanto a tripulação como o equipamento funcionaram adequadamente.

O Capitão da Marinha William Parsons armou a bomba durante o voo, já que esta se encontrava desarmada durante a descolagem para minimizar os riscos.

O ataque foi executado de acordo com o planeado até ao mais pequeno detalhe, e a bomba de gravidade, uma arma arma de fissão de tipo balístico com 60 kg de urânio-235, comportou-se precisamente como era esperado.

Cerca de uma hora antes do bombardeamento, a rede japonesa de radar de aviso prévio detectou a aproximação de um avião americano em direção ao sul do Japão.

O alerta foi dado e as radiodifusão foi suspensa em várias cidades, entre elas Hiroshima. O avião aproximou-se da costa a grande altitude. Cerca das 8:00, o operador de radar em Hiroshima concluiu que o número de aviões que se aproximavam era muito pequeno – não mais do que três, provavelmente – e o alerta de ataque aéreo foi levantado. Para poupar combustível, os japoneses tinham decidido não interceptar formações aéreas pequenas, as quais presumiam ser, na sua maioria, aviões meteorológicos. Os três aviões em aproximação eram o Enola Gay (baptizado com o nome da mãe do Coronel Tibbets), The Great Artiste (em português, “O Grande Artista”) e um terceiro avião sem nome na altura mas que viria a ser mais tarde baptizado de Necessary Evil (“Mal Necessário”). O primeiro avião transportava a bomba, o segundo tinha como missão gravar e vigiar toda a missão, e o terceiro foi o avião fotógrafo.

No aviso radiodifundido foi dito às populações que talvez fosse aconselhável recolherem aos abrigos anti-aéreos caso os B-29 fossem realmente avistados, embora nenhum ataque fosse esperado para além de alguma missão de reconhecimento. Às 8:15, o Enola Gay largou a bomba nuclear chamada Little Boy sobre o centro de Hiroshima.

Explodiu a cerca de 600 m do solo, com uma explosão de potência equivalente a 13 kton de TNT, matando um número estimado de 70.000 a 80.000 pessoas. Pelo menos 11 prisioneiros de guerra dos E.U.A. morreram também.. Os danos infraestruturais estimam-se em 90% de edifícios danificados ou completamente destruídos.

Percepção japonesa do bombardeamento

O operador de controle da Japanese Broadcasting Corporation, em Tóquio, reparou que a estação de Hiroshima tinha saído do ar. Ele tentou reestabelecer o seu programa usando outra linha telefônica, mas esta também falhou. Cerca de vinte minutos mais tarde, o centro telegráfico de Tóquio verificou que a principal linha telegráfica tinha deixado de funcionar logo ao norte de Hiroshima.

De algumas pequenas estações de caminho-de-ferro a menos de 16 km da cidade chegaram notícias não oficiais e confusas de uma terrível explosão em Hiroshima.

Todas estas notícias foram transmitidas para o Quartel-General do Estado-Maior japonês.

Bases militares tentaram repetidamente chamar a Estação de Controle do Exército em Hiroshima. O silêncio completo daquela cidade confundiu os homens do Quartel-General; eles sabiam não ter ocorrido qualquer grande ataque inimigo e que não havia uma grande quantidade de explosivos em Hiroshima naquela altura.

Um jovem oficial do Estado-Maior japonês foi instruído para voar imediatamente para Hiroshima, para aterrar, observar os danos, regressar a Tóquio e apresentar ao Estado-Maior informação fiável.

A opinião mais ou menos geral, no Quartel-General, era de que nada de importante tinha ocorrido, que tudo não passava de um terrível rumor deflagrado por algumas centelhas de verdade.

O oficial dirigiu-se ao aeroporto e descolou em direção a sudoeste. Após voar durante aproximadamente três horas, ainda a uma distância de 160 km de Hiroshima, ele e o seu piloto viram uma imensa núvem de fumo da bomba. Na solarenga tarde, os restos de Hiroshima ardiam. O avião em breve chegou à cidade, à volta da qual ambos fizeram círculos sem acreditar no que viam.

Uma grande cicatriz no solo ainda a arder, coberto por uma pesada núvem de fumo, era tudo o que restava. Aterraram a sul da cidade e o oficial, após contactar com Tóquio, começou imediatamente a organizar medidas de socorro.

O conhecimento por parte de Tóquio do que realmente tinha causado o desastre veio do anúncio público da Casa Branca, em Washington, dezesseis horas após o ataque nuclear a Hiroshima.

O envenenamento por radiação e/ou necrose causaram doença e morte após o bombardeamento em cerca de 1% dos que sobreviveram à explosão inicial. Até ao final de 1945, mais alguns milhares de pessoas morreram devido a envenenamento por radiação, aumentando o número de mortos para cerca de 90.000.

Desde então, cerca de mais 1000 pessoas morreram devido a causas relacionadas com radiação.

De acordo com a Cidade de Hiroshima, a 6 de Agosto de 2005, o número total de mortos entre as vítimas do bombardeamento era de 242.437.

Esse valor inclui todas as pessoas que estavam na cidade quando a bomba explodiu, ou que foram mais tarde expostas a cinza nuclear e que mais tarde morreram.

Sobrevivência de algumas estruturas

Alguns dos edifícios de betão armado reforçado de Hiroshima foram construídos tendo em mente o perigo, sempre presente, de terramotos, pelo que, muito embora estivessem localizados no centro da cidade, o seu esqueleto não colapsou. Como a bomba detonou no ar, a onde de choque foi orientada mais na vertical (de cima para baixo) do que na horizontal, fator largamente responsável pela sobrevivência do que é hoje conhecido por “Cúpula Genbaku”, ou “Cúpula da Bomba Atômica”, projetada e construída pelo arquiteto checo Jan Letzel, a qual estava a apenas a 150 m do hipocentro da explosão. A ruína foi chamada de Memorial da Paz de Hiroshima e foi tornada Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1996, decisão que enfrentou objeções por parte dos E.U.A. e da China.

Eventos de 7 a 9 de Agosto

Após o bombardeamento a Hiroshima, o Presidente Truman anunciou: “Se eles não aceitam os nossos termos, podem esperar uma chuva de ruína vinda do ar nunca antes vista nesta terra.” A 8 de Agosto de 1945, panfletos foram largados e avisos foram dados por intermédio da Rádio Saipan. A campanha de panfletos já durava há cerca de 1 mês quando estes foram largados sobre Nagasaki, a 10 de Agosto.

Uma tradução em língua unglesa desse panfleto está disponível em PBS.

Um minuto depois da meia-noite de 9 de Agosto, hora de Tóquio, a infantaria, cavalaria e força aérea russas lançaram a invasão da Manchúria. Quatro horas mais tarde, as notícias de que a União Soviética tinha quebrado o seu pacto de neutralidade e declarado guerra ao Japão chegaram a Tóquio.

O corpo de líderes do Exército Imperial Japonês recebeu a notícia com quase indiferença, subestimando grosseiramente a escala do ataque. Com o suporte do Ministro da Guerra, Anami Korechika, iniciaram os preparativos para impôr a lei marcial na nação com o objetivo de impedir que alguém tentasse fazer a paz.

Nagasaki

Nagasaki durante a 2ª Guerra Mundial

A cidade de Nagasaki tinha, até à altura, sido um dos maiores e mais importantes portos de mar do sul do Japão, sendo, por isso, de grande importância em tempo de guerra devido à sua abrangente atividade industrial, incluindo a produção de canhões e munições, navios, equipamento militar, e outros materiais de guerra.

Em contraste com os vários aspectos modernos de Nagasaki, a grande maioria das residências era de construção japonesa antiquada, sendo a madeira a principal matéria-prima.

Era frequente nem ser sequer usada argamassa na sua construção, e os telhados eram de telha simples.

Muitos dos edifícios que albergavam a pequena indústria eram também feitos de madeira ou de outros materiais não concebidos para suportar explosões. Foi permitido a Nagasaki, durante muitos anos, crescer sem obedecer a um plano urbanístico; as residências eram construídas junto a edifícios de fábricas, sendo o espaço entre os edifícios mínimo. Esta situação repetia-se maciçamente por todo o vale industrial.

Até à explosão nuclear, Nagasaki nunca tinha sido submetida a bombardeamentos de larga escala. A 1 de Agosto de 1945, no entanto, várias bombas convencionais de elevada potência foram largadas sobre a cidade.

Algumas delas atingiram os estaleiros e docas do sudoeste da cidade. Várias outras atingiram a Mitsubishi Steel and Arms Works e 6 bombas caíram na Escola de Medicina e Hospital de Nagasaki, com três impactos diretos nos seus edifícios. Embora os danos destas bombas tenha sido relativamente pequeno, criou preocupação considerável em Nagasaki, tendo várias pessoas – principalmente crianças da escola -, por uma questão de segurança, sido evacuadas para áreas rurais reduzindo, assim, a população da cidade por altura do ataque nuclear.

A norte de Nagasaki existia um campo de prisioneiros de guerra britânicos. Estes encontravam-se a trabalhar em minas de carvão, pelo que apenas se inteiraram acerca do bombardeamento quando retornaram à superfície. Para eles, foi a bomba que lhes salvou as suas vidas.

No entanto, pelo menos 8 prisioneiros pereceram, embora um número de até 13 possa ser possível:

1 britânico (esta última referência lista também pelo menos 3 outros prisioneiros que morreram a 9 de Agosto de 1945 mas não refere se foram baixas de Nagasaki)
7 holandeses (2 nomes conhecidos) morreram no bombardeamento.
Pelo menos 2 prisioneiros, de acordo com o reportado, morreram no pós-guerra devido a câncro que se supõe ter sido causado pelo bombardeamento atômico

O bombardeamento

Na manhã de 9 de Agosto de 1945, a tripulação do avião dos E.U.A. B-29 Superfortress, baptizado de Bockscar, pilotado pelo Major Charles W. Sweeney e carregando a bomba nuclear de nome de código Fat Man, deparou-se com o seu alvo principal, Kokura, obscurecido por nuvens.

Após três vôos sobre a cidade e com baixo nível de combustível devido a problemas na sua transferência, o bombardeiro dirigiu-se para o alvo secundário, Nagasaki. Cerca das 07:50 (fuso horário japonês) soou um alerta de raide aéreo em Nagasaki, mas o sinal de “tudo limpo” (all clear, em inglês) foi dado às 08:30. Quando apenas dois B-29 foram avistados às 10:53, os japoneses aparentemente assumiram que os aviões se encontravam em missão de reconhecimento, e nenhum outro alarme foi dado.

Alguns minutos depois, às 11:00, o B-29 de observação, batizado de The Great Artiste (em português “O Grande Artista”), pilotado pelo Capitão Frederick C. Bock, largou instrumentação amarrada a três pára-quedas. Esta continha também mensagens para o Professor Ryokichi Sagane, um físico nuclear da Universidade de Tóquio que tinha estudado na Universidade da Califórnia com três dos cientistas responsáveis pelo bombardeamento atômico. Estas mensagens, encorajando

Sagane a falar ao público acerca do perigo destas armas de destruição maciça, foram encontradas pelas autoridade militares, mas nunca entregues ao acadêmico:

“Às 11:02, uma aberta de última hora nas nuvens sobre Nagasaki permitiu ao artilheiro do Bockscar, Capitão Kermit Beahan, ter contato visual com o alvo. A arma Fat Man, contendo um núcleo de aproximadamente 6,4 kg de plutônio-239, foi largada sobre o vale industrial da cidade. Explodiu 469 metros sobre o solo, a cerca de meio caminho entre a Mitsubishi Steel and Arms Works (a sul) e a Mitsubishi-Urakami Ordnance Works (a norte), os dois principais alvos na cidade. De acordo com a maior parte das estimativas, cerca de 40.000 dos 240.000 habitantes de Nagasaki foram mortos instantaneamente, e entre 25.000 a 60.000 ficaram feridos. No entanto, crê-se que o número total de habitantes mortos poderá ter atingido os 80.000, incluindo aqueles que morreram, nos meses posteriores, devido a envenenamento radiativo.

Os hibakusha

Os sobreviventes do bombardeamento são chamados de hibakusha, uma palavra japonesa que é traduzida literalmente por “pessoas afetadas por bomba”.

O sofrimento causado pelo bombardeamento foi a raiz do pacifismo japonês do pós-guerra, tendo este país, desde então, procurado a abolição completa das armas nucleares a nível mundial. Em 2006, há cerca de 266.000 hibakusha ainda a viver no Japão.

Debate acerca dos bombardeamentos

Apoio à utilização de armamento atômico

Embora os apoiantes do bombardeamento concedam que as autoridades civis japonesas estivessem, desde Janeiro de 1945 e logo a seguir à invasão de Luzon (Filipinas), a enviar cautelosa e discretamente vários comunicados, apontam também o fato de os oficiais militares japoneses, antes do uso da bomba atômica, se oporem em unanimidade a quaisquer negociações.

Embora alguns membros das autoridades civis tenham usado dissimuladamente canais diplomáticos para iniciar as negociações pela paz, por si só não poderiam negociar uma rendição ou mesmo um cessar-fogo.

O Japão, sendo uma Monarquia constitucional, apenas poderia entrar num tratado de paz com o apoio unânime do gabinete japonês, e todo este era dominado por militaristas do Exército Imperial Japonês e da Marinha Imperial Japonesa, sendo todos inicialmente opostos a qualquer tratado de paz. Na altura, chegou-se a uma situação de empate político entre os líderes civis e militares, estando estes últimos cada vez mais determinados a lutar sem olhar a custos e eventuais desfechos. No pós-guerra, vários continuaram a acreditar que o Japão poderia ter negociado termos de rendição mais favoráveis caso tivessem continuado a infligir alto nível de baixas nas forças inimigas, terminando, eventualmente, a guerra sem uma ocupação do Japão e sem a mudança de Governo.

O historiador Victor Davis Hanson chama a atenção para a resistência japonesa crescente, fútil como foi em retrospecto, como a guerra veio a sua conclusão inevitável.

A Batalha de Okinawa mostrou esta determinação de lutar a todo custo. Mais de 120.000 tropas japonesas e 18.000 tropas americanas foram mortas na batalha mais sangrenta do teatro do Pacífico, somente 8 semanas antes da rendição final do Japão. Na verdade, mais civis morreram na Batalha de Okinawa que na explosão inicial das bombas atômicas. Quando a União Soviética declarou guerra contra o Japão em 8 de agosto de 1945 e conduziu a Operação Tempestade de Agosto, o Exército Imperial Japonês ordenou que suas forças fracas e sem suprimento na Manchuria lutassem até o último homem.

O Major General Masakazu Amanu, chefe da seção de operações nos quartéis generais imperiais japoneses, declarou que ele estava absolutamente convencido que suas preparações defensivas, que começaram no começo de 1944, poderia repelir qualquer invasão Aliada de suas ilhas com as mínimas perdas.

Os japoneses não desistiriam facilmente por causa de sua forte tradição de orgulho re honra?muitos seguiam o Código Samurai e lutariam até o último homem ser morto.

Após a descoberta de que a destruição de Hiroshima tinham sido por uma arma nuclear, os líderes civis ganharam mais e mais firmeza em seus argumentos que o Japão tinha que admitir sua derrota e aceitar os termos da Declaração de Potsdam. Mesmo após a destruição de Nagasaki, o Imperador mesmo precisou intervir para terminar um impasse gabinete.

Hiroshima e Nagasaki

Um dia após a explosão, os escombros em Hiroshima
eram cobertos por uma tênue cortina de fumaça

De acordo com alguns historiadores japoneses, os líderes civis japoneses que eram a favor da rendição viram sua salvação no bombardeio atômico. Os militares japoneses estavam steadfastly recusando a desistir, como estavam os militares no gabinete de guerra. (Porque o gabinete funcionava por consenso, até mesmo um holdout podia prevent it de aceitar a Declaração).

Thus a facção da paz seized on the bombing como um novo argumento para forçar a rendição.

Koichi Kido, um dos conselheiros mais próximos do Imperador Hirohito, declarou: “Nós do partido da paz fomos ajudados pela bomba atômica em nosso endeavor de acabar a guerra. ” Hisatsune Sakomizu, o secretário chefe do gabinete em 1945, chamou o bombardeio de “uma oportunidade de ouro dada pelos céus para o Japão acabar com a guerra.” De acordo com estes historiadores e com outros, a liderança civil pró-paz pode usar a destruição de Hiroshima e Nagasaki para convencer os militares que nenhuma quantidade de coragem, habilidade e combate sem medo poderia ajudar o Japão contra o poder das armas atômicas. Akio Morita, fundador da Sony e oficial da Marinha Japonesa durante a guerra, também conclui que foi a bomba atômica e não os bombardeios convencionais dos B-29s que convenceram os militares japoneses a concordarem com a paz.

Apoiadores do bombardeio também apontaram que esperar que os japoneses se rendessem não era uma opção sem custo?como um resultado da guerra, não combatentes estavam morrendo por toda a Ásia em uma taxa de cerca de 200.000 por mês. O Bombardeio de Tóquio na II Guerra Mundial tinha matado muito mais de 100.000 pessoas no Japão, desde fevereiro de 1945, diretamente e indiretamente. Que os bombardeios convencionais intensivos teriam continuado antes de uma invasão. O bloqueio submarino, a operação de minas navais das Forças Aéreas do Exército dos Estados Unidos e a Operação Salvação tinham efetivamente cortado as importações do Japão. Uma operação complementar, contra as ferrovias do Japão, estava preste a começar, isolando as cidades do sul de Honshu da comida que crescia em outros lugares de suas ilhas. Isto, combinado com o atraso nos suprimentos de alívio dos Aliados, poderia ter resultado em uma estatística de morte muito maior em Japão, devido à fome e a mal nutrição, que a que realmente aconteceu nos ataques. “Imediatamente depois da derrota, alguns estimavam que 10 milhões de pessoas poderiam ter morrido de fome”, nota o historiados Daikichi Irokawa. Enquanto isto, em adição aos ataques soviéticos, ofensivas foram programadas para setembro no sul da China e Malásia.

Os americanos anteciparam a perda de muitos soldados na Operação Downfall, apesar do número real da Operação Downfall ser sujeito de algum debate.

Ele dependeria da persistência e da reabilitação da resistência japonesa ou de se os americanos teriam invadido somente Kyushu em novembro de 1945 ou se uma seguida aterrizagem perto de Tóquio, projetada para março de 1946, teria sido necessária. Anos após a guerra, o Secretário de Estado James Byrnes clamou que 500.000 vidas americanas teriam sido perdidas?e este número tem sido repetido desde então autoritariamente, mas no verão de 1945, planejadores militares dos EUA projetaram 20.000-110.000 mortes em combate da invasão inicial de novembro de 1945, com cerca de três a quatro vezes este número de feridos. (O total de mortes em combate dos EUA em todas as frentes na II Guerra Mundial em quase quatro anos de guerra foram 292.000). Entretanto, estas estimativas foram feitas usando a inteligência que brutalmente subestimou a força japonesa reunida para a batalha de Kyushu em número de soldados e kamikazes, by factors of pelo menos três.

Muitos conselheiros militares asseguravam que um cenário pessimista poderia envolver até 1.000.000 casualidades americanas.

Além disto, a bomba atômica acelerou o fim da Segunda Guerra Mundial na Ásia liberando centenas de milhares de cidadãos ocidentais, incluindo cerca de 200.000 holandeses e 400.000 indonésios (“Romushas”) de campos de concentração japoneses. Além disto também, as atrocidades japonesas contra milhões de chineses, tais como o Massacre de Nanking, tiveram um fim.

Apoiadores também apontam para uma ordem dada pelo Ministro da Guerra japonês em 11 de agosto de 1944. A ordem lidava com a disposição e execução de todos os POWs Aliados, somando mais de 100.000, se uma invasão da mainland dos japoneses aconteceu. (É também provável que, considerando o tratamento prévio dado aos POWs pelo Japão, foram ao Aliados to wait out Japão e starve it, os japoneses teriam matado todos os POWs Aliados e prisioneiros chineses).

Em resposta ao argumento que a matança de civis em larga escala era imoral e um crime de guerra, apoiadores dos bombardeios tem argumentado que o governo japonês waged guerra total, ordenando muitos civis (incluindo mulheres e crianças) a trabalhar em fábricas e escritórios militares e lutar contra qualquer força invasora.

O padre John A. Siemes, professor de filosofia moderna na Universidade Católica de Tóquio e uma testemunha ocular ao ataque da bomba atômica em Hiroshima escreveu:

“Nos discutimos entre nós mesmos a ética do uso da bomba. Alguns a consideram na mesma categoria que o gás venenoso e eram contra seu uso em uma população civil. Outros eram do ponto de vista que na guerra total, como carried on no Japão, não havia diferença entre civis e soldados e que a bomba em si era uma força efetiva tending acabar com o derramamento de sangue, alertando ao Japão que se rendesse e assim evitando a destruição total. Parece lógico para mim que aquele que apoia a guerra total em princípio não pode reclamar contra da guerra contra civis.”

Um argumento extra contra a acusação de crimes de guerra, alguns apoiadores dos bombardeios tem enfatizado a significância estratégica de Hiroshima, as the Japanese 2nd army’s headquarters, and of Nagasaki, como um grande centro de fabricação de munição.

Alguns historiadores clamaram que planejadores dos EUA também queriam terminar a guerra rapidamente para minimizar a potencial aquisição soviética dos territórios dominados pelos japoneses.

Finalmente, apoiadores também apontam os planos japoneses, devised por sua Unidade 731 de lançar os planos Kamikazes laden com uma praga bubônica de moscas infestadas para infectar a população de São Diego, Califórnia. A data alvo era para ser 22 de setembro de 1945, apesar de ser improvável que o governo japonês teriam permitido que tantos recursos fossem desviados de propósitos defensivos.

Oposição ao uso de bombas atômicas

Projeto Manhattan tinha sido concebido originariamente como um contra-ataque ao programa da bomba atômica da Alemanha Nazi, e com a derrota da Alemanha, vários cientistas que trabalhavam no projeto sentiram que os EUA não deveriam ser os primeiros a usar tais armas. Um dos críticos proeminentes dos bombardeios era Albert Einstein.

Leo Szilard, um cientista que tinha um papel fundamental no desenvolvimento da bomba atômica, argumentou: “Se tivessem sido os alemães a lançar bombas atômicas sobre cidades ao invés de nós, teríamos considerado esse lançamento como um crime de guerra, e sentenciado à morte e enforcado os alemães considerados culpados desse crime no Tribunal de Nuremberg”.

O seu uso tem sido classificado como bárbaro, visto que cem mil civis foram mortos, e as áreas atingidas eram conhecidas por serem altamente povoadas por civis. Nos dias imediatamente anteriores ao seu uso, vários cientistas (inclusive o físico nuclear americano Edward Teller) defendiam que o poder destrutivo da bomba poderia ter sido demonstrado sem causar mortes.

A existência de relatos históricos que indicam que a decisão de usar as bombas atômicas foi feita com o objetivo de provocar uma rendição através do uso de um poder imponente, juntamente com as observações de que as bombas foram usadas propositadamente sobre alvos que incluíam civis, fez com que alguns comentaristas observassem que o incidente foi um ato de terrorismo de estado.

O historiador Rober Newman, que é a favor da decisão de lançar as bombas, levou a alegação de terrorismo de estado tão a sério que argumentou que a prática de terrorismo é justificável em alguns casos.

Outros têm alegado que os japoneses já estavam essencialmente derrotados, e portanto o uso das bombas foi desnecessário. O general Dwight D. Eisenhower assim aconselhou o Secretário de Guerra, Henry L. Stimson, em julho de 1945. O oficial de maior patente no Cenário do Pacífico, general Douglas MacArthur, não foi consultado com antecedência, mas afirmou posteriormente que não havia justificativas militares para os bombardeios. A mesma opinião foi expressa pelo Almirante da Frota William D. Leahy (o Chefe de Gabinete do Presidente), general Carl Spaatz (comandante das Forças Aéreas Estratégicas dos E.U.A. no Pacífico), e o brigadeiro general Carter Clarke (o oficial da inteligência militar que preparou cabos japoneses interceptados para os oficiais americanos); Major General Curtis LeMay; e o almirante Ernest King, Chefe das Operações Navais dos E.U.A., e o Almirante da Frota Chester W. Nimitz, Comandante-chefe da Frota do Pacífico

Hiroshima e Nagasaki – Resumo

O Projeto Manhattan

Projeto Manhattan foi o esforço dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial para desenvolver a primeira bomba atômica.

A empreitada sem precedentes reuniu dezenas de cientistas em torno do programa ultra-secreto. A corrida começou no último mandato do presidente Franklin Delano Roosevelt. Em 1939, havia rumores de que a Alemanha nazista de Adolf Hitler estaria desenvolvendo a bomba atômica. As suspeitas haviam sido reforçadas depois que cientistas alemães descobriram, um ano antes, o processo de fissão nuclear, dando a Berlim a dianteira nas pesquisas nucleares. Cientistas alemães exilados nos EUA temiam que Berlim conseguisse manipular o urânio de tal modo a torná-lo próprio para construção de uma bomba atômica e persuadiram o físico Albert Einstein a alertar Roosevelt para o perigo de uma ameaça nuclear nazista. Em carta datada de 2 de agosto de 1939, Einstein destacava que o urânio seria uma nova e importante fonte de energia no futuro próximo e advertia que os EUA não tinham vastas reservas do minério. O alerta funcionou, e Einstein lamentaria suas consequências. Com o objetivo de construir uma arma atômica antes da Alemanha e do Japão, os EUA iniciaram seu programa nuclear no fim de 1941, sob a direção do general Leslie Groves.

O projeto foi desenvolvido conjuntamente em diversos locais do país, mas a descoberta mais significativa aconteceria na Universidade de Chicago, em Stagg Field, onde Enrico Fermi realizou uma reação de fissão em cadeia controlada.

O primeiro grande desafio do Projeto Manhattan foi justamente produzir urânio enriquecido em grande quantidade para sustentar uma reação em cadeia, numa época em que o urânio-235 (U-235) era muito difícil de extrair. Suas pesquisas amparavam-se em avanços em série, conquistados nos anos anteriores, nos estudos do núcleo do átomo e do poder de sua fissão. Neil Bohr descobrira que o isótopo U-235 era um bom combustível nuclear devido a sua característica instável e poderia sustentar uma reação em cadeia. Já Glenn Seaborg descobrira que o isótopo plutônio-239 (P-239) também poderia ser usado em um armamento nuclear. O segundo grande obstáculo era sustentar uma reação em cadeia, que dá à bomba atômica sua força.

Ao longo de seis anos, de 1939 a 1945, cerca de US$ 2 bilhões foram gastos e quase 150 pessoas participaram do programa, criando meios de enriquecer o urânio.

O Projeto Manhattam resultou em três bombas atômicas: Gadget, uma bomba de teste feita de plutônio; “Little Boy”, a bomba de urânio que devastou Hiroshima; e “Fat Man”, a bomba de plutônio que destruiu Nagasaki.

A partir daí, a História da Humanidade mudaria para sempre.

A terrível herança das bombas sobre Hiroshima e Nagasaki perdura até hoje. Feridas físicas e psicológicas ainda abertas não permitem que o passado seja esquecido com facilidade pelos sobreviventes.

Para os japoneses, trata-se da legião de “hibakusha”, aqueles que sofreram na carne e na mente o impacto da bomba.

Do clarão atômico e da chuva negra à fuga do pesadelo para bem longe, personagens reais de um dos capítulos mais tristes da História revelam o que muitas vezes guardavam a sete chaves.

O americano J. Robert Oppenheimer é considerado o “pai” da bomba atômica. Oppenheimer formou-se com louvor em química pela Universidade de Harvard e em, 1927, terminou o doutorado em física na Universidade de Gottigen, na Alemanha. Ao retornar para os Estados Unidos, soube das pesquisas em andamento sobre fissão nuclear e começou a pensar em como usar a energia liberada durante essa reação.

Em meados de 1942, Oppenheimer organizou uma conferência na Universidade da Califórnia em Berkeley, durante a qual físicos renomados discutiram a possibilidade de fabricação de uma bomba atômica.

No ano seguinte, ele assumiu a direção do laboratório nuclear de Los Alamos, no Novo México, onde um time de cientistas sob seu comando trabalhou no desenvolvimento de uma bomba nuclear.

Oppenheimer participou de todas as etapas do Projeto Manhattan.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, depois que o mundo testemunhou os efeitos devastadores das bombas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, Oppenheimer tornou-se um defensor do controle de armas atômicas. Ele chegou a sofrer censura do governo americano, que o acusou de ser uma ameaça à segurança.

Robert Oppenheimer morreu de câncer na garganta aos 62 anos, em 1967.

Sobre o Holocausto

Há 60 anos, um simples ato, uma ordem dada a um piloto da Força Aérea Americana, foi o causador de uma das maiores catástrofes não naturais já registradas na história mundial e que traz consequências até os dias de hoje. As cidades japonesas, Hiroshima e Nagasaki foram pulverizadas por bombas atômicas americanas, fato este que definiu o término da II Guerra Mundial (1939-1945). A primeira explodiu em Hiroshima em seis de agosto de 1945.

Três dias depois, a operação se repetiu em Nagasaki, que embora tenha sofrido estragos materiais menores do que Hiroshima, o número de vítimas superou a primeira.

Hiroshima e NagasakiBomba Atômica

Nagasaki, em 9 de agosto de 1945

A história da descoberta de como liberar a energia nuclear, e sua aplicação para fazer bombas capazes de destruir, irradiar e queimar cidades inteiras, é a grande epopéia trágica do século XX.

Para construir as primeiras armas, os Estados Unidos investiram mais de US$ 2 bilhões e construíram um complexo industrial, espalhado do Tennessee ao Novo México e ao Estado de Washington, que em 1945 era tão grande quanto a indústria de automóveis americana.

Sessenta anos depois, o Projeto Manhattan esmaece em mito.

Os reatores para produção em massa e equipamentos para a extração de plutônio em Hanford, Washington; as instalações para separação de urânio de quase um quilômetro de extensão em Oak Ridge, no Tennessee; os 200 mil trabalhadores que construíram e operaram o vasto maquinário enquanto se esforçavam para manter seu propósito em segredo, tudo desaparece de vista deixando para trás um núcleo vazio de lenda: um laboratório secreto em uma típica colina do Novo México, onde as bombas de verdade eram projetadas e construídas; o carismático diretor do laboratório, J. Robert Oppenheimer, que conquistou reputação internacional até que seus inimigos o derrubaram; um solitário B-29, incongruentemente batizado em homenagem à mãe do piloto, Enola Gay; uma cidade arruinada, Hiroshima, e a pobre Nagasaki, quase esquecida.

Em 6 de agosto de 1945, às 8h65 da manhã, a primeira bomba nuclear usada contra civis foi lançada pelos EUA sobre a cidade de Hiroshima, no Japão. Três dias depois, uma segunda bomba arrasou a cidade de Nagasaki. Mais de 140 mil pessoas morreram nas duas cidades devido aos ataques. Em Hiroshima, apenas 10% das construções ficaram intactas, 62,9% dos edifícios foram totalmente queimados ou destruídos. Uma bolha de fumaça, o famoso “cogumelo”, atingiu 12 km de altura em minutos após a explosão.

O que torna essas armas diferentes é a enorme concentração de energia que poderia ser engendrada em um pequeno espaço, capaz de ser liberada de repente, com resultados devastadores.

E também porque carrega um subproduto letal, que se estenderia por muitos anos: a radiatividade.

Para relembrar esse triste aniversário de 60 anos, o único bom motivo é que essas foram as duas únicas vezes que uma arma desse tipo foi usada contra alvos civis, desde sua invenção. Um dos criadores da bomba, o físico Philip Morrison (que morreu em abril deste ano) viajou ao Japão logo após a explosão, em 1945, e confessou ter ficado chocado com o que viu. “Não havia restado nada, apenas uma ‘cicatriz’ sobre o solo”.

Hoje, o mundo ainda se pergunta: teria sido possível alcançar a paz sem a bomba atômica?

Naquele momento, a consideração dos que decidiam era de ordem numérica.

A guerra já ceifara seis milhões de pessoas e consumira uma cifra inimaginável (Só o Projeto Manhattan, da fabricação da bomba atômica, custou US$ 2 bilhões).

Os argumentos a favor da bomba colocavam-se como consistentes do ponto de vista militar e irrelevantes do ponto de vista humano.

Foi com base na lógica de uma operação puramente militar que decidiu o Comitê Consultivo formado pelo presidente Truman, sob o comando do secretário de Defesa Henry Stimson.

A escolha, selada a 9 de maio de 1945, recaiu sobre o Japão também por uma razão que a eles pareceu óbvia: os valentes japoneses jamais aceitariam a rendição, mesmo com a Alemanha e a Itália esfaceladas.

O ultimato dos aliados foi oficialmente ignorado pelo imperador Hirohito, após ouvir os líderes militares, três dias antes da tragédia.

A primeira sugestão foi de que a bomba fosse despejada sobre o monte Fuji, principal cartão postal japonês. Kyoto chegou a ser lembrada, pela condição de importante centro religioso, mas descartada por ser pouco populosa. Quanto maior o alvo, maior também o poder de persuasão, resolveu o conselho consultivo.

No dia 6 de agosto, o coronel Tibbets deixou a ilha Tinian em direção a Hiroshima, a 2.240 quilômetros. Às 8h61min, a cidade apareceu clara e iluminada bem à frente de seu Enola Gay. Quatro minutos depois, ele ordenou ao major Tom Ferebee que liberasse as 4,5 toneladas da Little Boy. A bomba A carregava em seu interior uma carga de urânio. Quando explodiu, 45 segundos após, a 565 metros de altura, o B-29 já estava a 19 km do ponto zero, a ponte Aioi. Do alto, e com óculos especiais, a tripulação viu um clarão estupendo. Embaixo, os moradores nem sentiram barulho.

Um silêncio mortal logo encobriu Hiroshima e enegreceu para sempre a história da humanidade.

A morte veio em ondas consecutivas. Milhares se desintegraram na hora. Seus corpos tornaram-se sombras. Outros foram alcançados pelo vento de 1.200 km que varreu prédios e homens.

Nuvens de fuligem radioativa obstruíram o sol. A chuva negra da morte que se seguiu durou seis horas. Um ciclone de fogo acabou de destruir o que restava de vida num raio de 1.500 metros em torno do ponto zero.

Os que sobreviveram, tinham estranhas manchas na pele e hemorragias.

Morreriam contaminados pela radiação. Dias, meses, anos, décadas se seguiram e os japoneses de Hiroshima e Nagasaki ainda morreriam vítimas da estranha doença contraída em agosto de 1945.

Do outro lado do mundo, o Ocidente festejou a tragédia final. No dia 9 daquele mês, uma nova bomba, carregada de plutônio, repetia a operação. A bordo do B-29 Great Artiste, a Fat Man deveria ser despejada sobre a cidade de Kokura, mas uma formação de nuvens fez o avião desviar-se para Nagasaki. Mais de 75 mil mortos por uma estranha contingência do destino.

Para os vencedores, a mudança não fez diferença: o imperador assinou a rendição. Nos dias subseqüentes, milhares de japoneses se suicidaram, inconformados com a desonra final da derrota.

A história da humanidade encerrava ai o seu capítulo mais negro. A rosa de Hiroshima jamais será esquecida.

OS HOMENS DA BOMBA

Presidente Harry Truman – Coube a ele, como presidente dos Estados Unidos, a decisão sobre o lançamento das duas bombas sobre o Japão. Era um defensor da solução nuclear. Assumiu a presidência em 1945, com a morte do presidente Roosevelt.

Julius Oppenheimer – Com apenas 38 anos, este físico, considerado um dos mais brilhantes de seu tempo, comandou o Projeto Manhattan, que reuniu uma centena de cientistas.

Coronel Paul Warfield Tibbets – Comandou a tripulação de 12 oficiais do B-29 Enola Gay, o bombardeiro de onde foi despejada a Little Boy, a primeira bomba atômica em área povoada. Era um veterano de bombardeios na Europa. O nome Enola Gay foi uma homenagem à mãe dele.

Hirohito – Imperador japonês, responsável pela entrada do Japão na Segunda Guerra Mundial. Só aceitou a rendição após as duas explosões. Permaneceu no poder mesmo depois da derrota de seu país.

General Douglas MacArthur – Comandante das forças militares no Pacífico. Só foi informado da decisão do presidente Truman de lançar a bomba atômica um dia antes, quando já preparava a invasão do Japão pelos aliados.

Ney Matogrosso – Rosa de Hiroshima

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada.

Fonte: www.wagingpeace.org/www.history.com/cnduk.org

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