Reforma Religiosa

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Reforma Religiosa – O que foi

As reformas acontecem em todos os aspectos da vida: incluindo religiões, arte, cultura, estruturas sociais e política. No mundo religioso, a reforma afeta a forma como interpretamos as palavras de Deus, tornando as reformas religiosas diferentes de outros tipos.

Parece que muitas vezes a própria tradição inspira reformas. No entanto, nem todas as tradições o fazem, e certamente nem sempre.

O que mais está acontecendo em cada época que desencadeia um movimento de reforma? O que torna uma reforma bem-sucedida o suficiente para se tornar uma tradição?

Os textos religiosos normativos são entendidos como inspirados por Deus, o que os confere um caráter sagrado. No entanto, os textos sagrados não podem ter influência sem interpretação e a interpretação precisa de um profundo embasamento na tradição.

Reforma e tradição são, portanto, inseparáveis? E, portanto, os reformadores religiosos são movidos por um dever sagrado?

As reformas religiosas procuram impactar a vida social e muitas vezes têm um caráter político.

No século XVI a Europa foi abalada por uma série de movimentos religiosos que contestavam abertamente os dogmas da igreja católica e a autoridade do papa.

Estes movimentos, conhecidos genericamente como Reforma, foram sem dúvida de cunho religioso. No entanto, estavam ocorrendo ao mesmo tempo que as mudanças na economia européia, juntamente com a ascensão da burguesia.

Por isso, algumas correntes do movimento reformista se adequavam às necessidades religiosas da burguesia, ao valorizar o homem empreendedor e ao justificar a busca do lucro, sempre condenado pela igreja católica.

Reforma Religiosa – Igreja Católica

As tentativas de reformar (mudar e melhorar) a Igreja Católica e o desenvolvimento das Igrejas Protestantes na Europa Ocidental são conhecidas como Reforma.

A Reforma começou em 1517 quando um monge alemão chamado Martinho Lutero protestou contra a Igreja Católica. Seus seguidores ficaram conhecidos como protestantes.

Martinho Lutero

Muitas pessoas e governos adotaram as novas idéias protestantes, enquanto outros permaneceram fiéis à Igreja Católica. Isso levou a uma divisão na Igreja.

O católico de Henrique VIII separou a Igreja Inglesa do papa, mas essa foi uma discussão sobre o herdeiro do trono e do poder e não um movimento em direção ao protestantismo.

Henry permaneceu católico até o fim da vida.

Fatores que deram origem a Reforma Religiosa

Uma das causas importantes da Reforma foi o humanismo evangelista, crítico da Igreja da época. A Igreja havia se afastado muito de suas origens e de seus ensinamentos, como pobreza, simplicidade, sofrimento.

No século XVI, o catolicismo era uma religião de pompa, luxo e ociosidade.

Surgiram críticas em livros como o Elogio da Loucura (1509), de Erasmo de Rotterdam, que se transformaram na base para que Martinho Lutero efetivasse o rompimento com a igreja católica.

Reforma Religiosa
O papa Leão X, no centro, em pintura de Rafael Sanzio, de 1518.
Durante o seu papado (1483 – 1520) surgiu o movimento reformista,
que levaria à divisão do Cristianismo na Europa

Moralmente, a Igreja estava em decadência: preocupava-se mais com as questões políticas e econômicas do que com as questões religiosas. Para aumentar ainda mais suas riquezas, a Igreja recorria a qualquer subterfúgio, como, por exemplo, a venda de cargos eclesiásticos, venda de relíquias e, principalmente, a venda das famosas indulgências, que foram a causa imediata da crítica de Lutero.

O papado garantia que cada cristão pecador poderia comprar o perdão da Igreja.

A formação das monarquias nacionais trouxe consigo um sentimento de nacionalidade às pessoas que habitavam uma mesma região, sentimento este desconhecido na Europa feudal,

Esse fato motivou o declínio da autoridade papal, pois o rei e a nação passaram a ser mais importantes.

Outro fator muito importante, ligado ao anterior, foi a ascensão da burguesia, que, além do papel decisivo que representou na formação das monarquias nacionais e no pensamento humanista, foi fundamental na Reforma Religiosa.

Ora, na ideologia católica, a única forma de riqueza era a terra; o dinheiro, o comércio e as atividades bancárias eram práticas pecaminosas; trabalhar pela obtenção do lucro, que é a essência do capital, era pecado.

A burguesia precisava, portanto, de uma nova religião, que justificasse seu amor pelo dinheiro e incentivasse as atividades ligadas ao comércio.

A doutrina protestante, criada pela Reforma, satisfazia plenamente os anseios desta nova classe, pois pregava o acúmulo de capital como forma de obtenção do paraíso celestial. Assim, grande parte da burguesia, ligada às atividades lucrativas, aderiu ao movimento reformista.

Críticas à Igreja Católica:

Os membros da alta hierarquia do clero viviam luxuosamente, totalmente alheios ao povo
Quebra do celibato por parte de alguns membros do clero
Venda de cargos da Igreja
Venda de “dispensas” (isenções de algumas regras da Igreja ou de votos feitos anteriormente)
Venda de objetos religiosos
Venda de Indulgências (perdão de alguns pecados)
Cisma do Ocidente: 
fruto de divisões internas na Igreja que provocaram a eleição de dois papas um em Roma e outro na França) Cativeiro de Avignon
Combate da Igreja à usura (empréstimo de dinheiro à juros altos) A igreja defendia o “preço justo” (teoria imcompatível com o sistema econômico da época)
Questionamento da riqueza da Igreja

A Reforma na Alemanha

A Alemanha não era um Estado centralizado. Encontrava-se geograficamente no Sacro-Império Romano-Germânico

O comércio só havia se desenvolvido no litoral norte e no sudeste. Sendo assim, a Alemanha era um estado praticamente feudal com a Igreja sendo detentora de um terço das terras

No século XVI, a Alemanha não era um Estado politicamente centralizado. A nobreza era tão independente que cunhava moedas, fazia a justiça e recolhia impostos em suas propriedades.

Para complementar sua riqueza, saqueava nas rotas comerciais, expropriando os mercadores e camponeses.

A burguesia alemã, comparada à dos países da Europa, era débil: os comerciantes e banqueiros mais poderosos estabeleciam-se no sul, às margens do Reno e do Danúbio, por onde passavam as principais rotas comerciais; as atividades econômicas da região eram a exportação de vidro, de metais e a indústria do papel; mas o setor mais forte da burguesia era o usurário.

Quem se opunha à igreja na Alemanha

A igreja católica alemã era muito rica. Seus maiores domínios se localizavam às margens do Reno, chamadas de ?caminho do clero?, e eram estes territórios alemães que mais impostos rendiam à Igreja.

A Igreja era sempre associada a tudo que estivesse ligado ao feudalismo. Por isso, a burguesia via a Igreja como inimiga. Seus anseios eram por uma Igreja que gastasse menos, que absorvesse menos impostos e, principalmente, que não condenasse a prática de ganhar dinheiro.

Os senhores feudais alemães estavam interessados nas imensas propriedades da Igreja e do clero alemão.

Os pobres identificavam a Igreja com o sistema que os oprimia: o feudalismo. Isto porque ela representava mais um senhor feudal, a quem deviam muitos impostos.

Às vésperas da Reforma, a luta de classes e política acabou assumindo uma forma religiosa.

Teorias de Lutero

O homem se justifica somente pela fé; (crença na predestinação)
Só existem dois sacramentos:
 o Batismo e a Eucaristia (negação da transubstanciação)
Bíblia:
 única fonte de verdade divina
Não existe uma hierarquia religiosa, o celibato e o uso do latim nos cultos religiosos

Em 1517 Lutero publicou as 95 teses. Nesse documento Lutero expunha sua doutrina e opunha-se à venda de indulgências

Em 1520 foi excomungado pelo papa Leão X.

Em geral a Alemanha ficou dividida em duas áreas religiosas: ao norte o luteranismo e ao sul, onde a influência do imperador era maior, prevaleceu o catolicismo.

Isso fez com que a Igreja perdesse grande parte de suas terras e os tributos que recebia.

O luteranismo apresentava poucos atrativos para a burguesia. O comércio, segundo Lutero, foi criado do Diabo e sancionado pelo papa.

A Reforma na Suíça

Suíça: região de grande desenvolvimento comercial e poder descentralizado
Zwinglio: foi o iniciador da Reforma na Suíça
João Calvino: chegou à Suíça em 1536 e em 1541 ele e seus partidários tomaram o poder em Genebra até a data de sua morte em 1564.

Teorias de Calvino

O homem nasce predestinado e se salva apenas pela fé
Encorajava o trabalho e o lucro como vocação dada por Deus

Segundo tais princípios a burguesia encontrou a ética protestante de que necessitava. Sendo assim o Calvinismo se espalhou pela França, Inglaterra, Escócia e na Holanda.

Reforma na Inglaterra

O rompimento com a Igreja Católica deu-se no reinado de Henrique VIII. O rei estava casado há 18 anos com Catarina de Aragão e não tinha nenhum filho homem. Decidiu anular seu casamento, para se casar com Ana Bolena, pedindo ao papa Clemente VII o divórcio. O papa negou o pedido do rei e Henrique VIII fundou sua própria Igreja.

Igreja Anglicana permaneceu idêntica à Igreja Católica, sendo diferente na autoridade máxima dos anglicanos, que passou a ser o rei e não o papa.

O Anglicanismo na Inglaterra

Na Inglaterra, o principal fato que desencadeou a Reforma Religiosa foi a negação do papa Clemente VII a consentir a anulação do casamento do rei Henrique VIII com Catarina de Aragão, impedindo a consolidação da monarquia Tudor.

Manipulando o clero, Henrique VIII atingiu seu objetivo: tornou-se chefe supremo da Igreja inglesa, anulou seu casamento e casou-se com Ana Bolena.

A reação do papa foi imediata: excomungou o soberano e, em consequência, o Parlamento rompeu com Roma, dando ao rei o direito de governar a Igreja, de lutar contra as heresias e de excomungar.

Consolidada a ruptura, Henrique VIII, através de seus conselheiros, organizou a Igreja na Inglaterra.

Entretanto, a reforma de Henrique VIII constituiu mais uma alteração política do que doutrinária. As reais alterações teológicas surgiram no reinado de seu filho, Eduardo VI, que introduziu algumas modificações fortemente influenciadas pelo calvinismo. Foi no reinado de Elizabeth I, porém, que consolidou-se a Igreja Anglicana.

A supremacia do Estado sobre a Igreja foi afirmada e Elizabeth I tornou-se chefe da Igreja Anglicana independente. A Reforma na Inglaterra representou uma necessidade de fortalecimento do Estado, na medida em que o rei transformou a religião numa via de dominação sobre seus súditos.

A Contrarreforma

A reação oficial da Igreja contra a expansão do protestantismo ficou conhecida como Contrarreforma.

Em 1542, o papa Paulo III introduziu a Inquisição Romana, confiando aos dominicanos a função de impô-las aos Estados italianos. A nova instituição perseguiu todos aqueles que, através do humanismo ou das teologias luterana e calvinista, contrariavam o ortodoxia católica ou cometiam heresias. A Inquisição também foi aplicada em outros países, como Portugal e Espanha.

Em 1545, a Igreja Católica tomou outra medida: uma comissão de reforma convocou o Concílio de Trento, desenvolvido em três fases principais, entre 1545 e 1563, fixou definitivamente o conteúdo da fé católica, praticamente reafirmando suas antigas doutrinas. Confirmou-se também o celibato clerical e sua hierarquia. Em 1559 criou-se ainda o Índice de Livros Proibidos, composto de uma lista de livros cuja leitura era proibida aos cristãos, por comprometer a fé e os costumes católicos.

Foi um movimento de reação por parte da Igreja Católica em oposição ao protestantismo
Concílio de Trento (1545-1563):
 reafirmação dos dogmas, proibiu-se a venda de indulgências, fundou-se seminários e exigiu-se disciplina do clero.
Reestabelecimento dos tribunais da Santa Inquisição
Index Librorum Prohibitorum:
 Livros cuja leitura era proibida pelos fiéis.
Criação da Companhia de Jesus em 1534 por Inácio de Loyola

Fonte: www.researchgate.net/www.saberhistoria.hpg.ig.com.br/www.ailton.pro.br/orbita.starmedia.com/www.bbc.co.uk

 

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