Habitat das Serpentes

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Habitat e Hábitos das Serpentes

As serpentes podem ser aquáticas ou terrestres, existindo ainda espécies anfíbias (vivem tanto na terra como na água). Entre as terrestres há aquelas que vivem sobre árvores, as que habitam sobre a superfície do solo e finalmente as de vida subterrânea.

Das que vivem sobre o solo, ganham destaque as do grupos crotálico (Cascavéis), botrópico (Jararacas) e laquético. Devendo-se assinalar também que as do grupo botrópico podem ser eventualmente encontradas em árvores.

As do grupo elapídico (Corais) são, por sua vez, animais que preferem a vida subterrânea. Os ofídios peçonhentos são mais encontrados nos campos ou em áreas cultivadas do que no interior de florestas.

De modo geral, pode-se dizer que as serpentes do grupo crotálico (Cascavéis) preferem locais mais secos e pedregosos, enquanto as do grupo botrópico (Jararaca, Urutu) ocorrem com maior frequência em áreas úmidas, como banhados, beiras de rios e lagoas.

As Sucuris e Jiboias vivem em matas que margeiam rios e lagos ou zonas de alagados.

Do ponto de vista de hábitos, as espécies peçonhentas são aparentemente mais tranquilas e vagarosas, preferindo buscar seus alimentos durante a noite.

As não venenosas são, ao contrário, mais ativas e rápidas, exercendo suas atividades quase sempre durante o dia.

Agressividade, Bote e Picada

As serpentes peçonhentas, em geral, não são agressivas, picando apenas quando molestadas, numa atitude mais de defesa do que de ataque. Algumas, no entanto, mostram-se mais violentas, capazes até mesmo de perseguir o homem, como o Surucucu. A Cascavel, è por sua vez, um animal pouco agressivo, que inclusive anuncia sua presença com o ruído típico de seu chocalho.

A Coral verdadeira também é relativamente dócil, procurando fugir quando perseguida ou molestada . Em termos de alcance, considera-se que o bote é proporcional comprimento da serpente. Alcança em média, um terço desse comprimento, mas pode atingir quatro quintos, como ocorre com o Surucucu. Não se deve esquecer ainda que, as serpentes podem picar sem dar botes, como acontece quando estão nadando.

A picada teoricamente, deveria ser representada por dois orifícios paralelos no local atingido. A prática mostra, porém, que esse ferimento pode se apresentar com outros aspectos, como um simples arranhão ou como um ponto hemorrágico isolado. Convém, assinalar, inclusive, que as serpentes do grupo das Cascavéis, Jararacas, Urutus, Surucucus, etc.; não mordem, mas apenas batem com a boca aberta, introduzindo suas presas como se fossem duas agulhas de injeção (Picada). As do Grupo das Corais verdadeiras são obrigadas a morder para inocular seu veneno.

Identificação das Serpentes Peçonhentas

Na identificação das serpentes peçonhentas (venenosas) o elemento fundamental é a presença da “fosseta loreal” (ou lacrimal). Essa fosseta é representada por um orifício de cada lado da cabeça, situado entre os olhos e a narina de todas as serpentes peçonhentas do Brasil, com exceção das Corais.

Fosseta loreal presente “sempre” indica serpentes peçonhentas.

Quando também apresenta chocalho (ou guizo) na ponta da cauda indica grupo crotálico (Cascavel).

Quando a ponta da cauda apresenta escamas eriçadas indica grupo laquético (Surucucu).

Quando a ponta da cauda é normal, ou seja, sem particularidades especiais, indica grupo botrópico (Jaracaca, Urutu, etc.).

Fosseta loreal ausente pode ter significados diferentes:

Sem anéis no corpo e sem ventre com “ocelos” vermelhos indica serpente não peçonhenta.
Com anéis no corpo ou “ocelos” vermelhos no ventre apresenta outras duas opções:
Sem presas anteriores indica serpentes não venenosa. Com presas anteriores indica grupo elapídico (Coral verdadeira).

Notas: – “Ocelos” são olhinhos ou pontos arredondados vermelhos que são encontrados no ventre de algumas Corais verdadeiras que não têm anéis no corpo.

A diferença entre Coral verdadeira e falsa é muito difícil, sendo geralmente feita pela presença das presas anteriores na boca das verdadeiras.

Ação do Veneno

Ação proteolítica Causa destruição de tecidos (necrose).

Ação coagulante Provoca destruição direta ou coagulação do fibrogênio (proteína do sangue). Dessa maneira, faz com o que o sangue não coagule.

Ação neurotóxica

As alterações que provocam mais comumente são as seguintes: queda das pálpebras superiores (ptose palpebral), perturbações da visão, obnubilação, torpor, sensação de adormecimento ou formigamento na região atingida, etc.

Ação hermolítica Na prática, essa ação é evidenciada pela eliminação da meta-hemoglobina (elemento do sangue) através da urina, que se apresenta com cor de coca-cola ou de vinho tinto.

Sintomatologia

As manifestações ou sintomas decorrentes da picada da animais peçonhentos são proporcionais à quantidade de veneno inoculado. Suas características variam segundo o gênero a que pertence o animal causador do acidente.

Grupo Botrópico

Veneno de ações proteolítica e coagulante.

Todas as serpentes do gênero Bothrops (Jararaca, Urutu, Jararacuçu, etc.) produzem sintomas semelhantes, variando apenas de intensidade, de acordo com a quantidade de veneno inoculado.

Há sempre dor no local da picada, com aumento progressivo. Em seguida, a região afetada começa a inchar gradativamente e surgem manchas róseas (avermelhadas) ou cianóticas (azuladas ou arroxeadas).

Depois aparecem bolhas, que inclusive podem conter sangue no seu interior. Quando as reações locais tornam-se mais intensas, aparece febre e ocorre frequentemente infecção secundária.

Nos casos leves não há vômitos, a não ser que o indivíduo picado seja muito emotivo. Nos acidentes graves podem ocorrer vômitos incolores, biliosos (amarelos-esverdeados) ou mesmo sanguíneos, seguidos de prostração, sudorese e desmaio. Quando há inoculação de grandes quantidades de veneno, como nas picadas das Jararacuçu, podem ocorrer hemorragias pelo nariz, gengivas, bordas das unhas, couro cabeludo e também pela urina, que se torna vermelha e turva.

Grupo Crotálico

Veneno de ação neurotóxica e hemolítica.

As picadas por Cascavel geralmente não provocam dor local que, quando ocorre, não é intensa, a região afetada permanece normal ou apresenta pequeno aumento de volume, com sensação de adormecimento ou formigamento.

Após 30 a 60 minutos do acidente, aparecem dores musculares em uma ou várias partes do corpo, particularmente na região da nuca, obnubilação, diminuição ou mesmo perda da visão, pálpebras superiores caídas ou semicerradas (facies neurotóxica). Nesses casos, o acidentado sente tonturas, não consegue enxergar com nitidez, sua visão mostra-se turva com imagens duplas. Além disso, suas pálpebras permanecem semifechadas, dando uma expressão peculiar a face, chamada “facies neurotóxica”.

Pode ocorrer ainda a eliminação de meta-hemoglobina (elemento do sangue) pela urina, que se apresenta em volumes reduzidos e com cor de coca-cola ou de vinho tinto. Em certos casos podem ocorrer vômitos.

Importante: A chamada facies neurotóxica indica caso grave.

Grupo Elapídico

Veneno de ação neurotóxica.Os acidentes por Coral verdadeira geralmente não causam dor ou reação local. Logo após a picada, há formigamento ou adormecimento da região, com irradiação para a raiz do membro afetado. Cerca de 30 a 60 minutos depois aparece a citada “facies neurotóxica”, caracterizada por pálpebras superiores caídas ou semicerradas, como nos acidentes por Cascavel. Esse quadro pode ser acompanhado de salivação grossa, dificuldade de engolir e, às vezes, de falar (articular palavras).Nos casos mais severos, há risco de vida por paralisia respiratória.

Importante: Todos os acidentes por Coral verdadeira são considerados graves.

Grupo Laquético

Os acidentes provocados por Surucucu parecem apresentar as mesmas manifestações observadas em casos de picadas por serpentes do grupo botrópico. São assinaladas também eventuais alterações da visão.

Serpentes não venenosas

As picadas por serpentes não venenosas não provocam manifestações gerais, mas podem causar alterações locais, como dor moderada e, eventualmente, discreta inchação, com possível aparecimento de coloração avermelhada (eritema) na área atingida. Há indicações de que cobras verdes (Philodryas olfersii) possui atividades hemorrágicas, proteolítica, fibrinogenolítica e fibrinolítica estando ausente as frações coagulantes.

Podem provocar edema local importante, equimose e dor, porém não são observadas complicações nesses casos.

Prevenção de Acidentes e Primeiros Socorros

Como prevenir acidentes

O uso de botas de cano alto ou perneira de couro, botinas ou sapatos evita cerca de 80% dos acidentes;
Usar luvas de aparas de couro para manipular folhas secas, montes de lixo, lenha, palha, etc. Não colocar as mãos em buracos ou sob montes de pedras;
Cobras gostam de se abrigar em locais quentes, escuros e úmidos. Cuidado ao mexer em pilhas de lenha, palhadas de feijão, arroz, milho ou cana. Cuidado ao revirar cupinzeiros;
Onde há ratos, há cobras. Limpar paióis e terreiros, não deixar amontoar lixo. Feche buracos nos muros e as frestas das portas;
Evite acúmulo de lixo ou entulho de pedras, tijolos, telhas, madeiras, bem como não permita mato ao redor da casa, que atraem e abrigam pequenos animais que servem de alimentos às serpentes.

Primeiros Socorros

Lavar o local da picada com água e sabão;
Manter o paciente deitado;
Manter o paciente hidratado;
Procurar o serviço médico mais próximo;
Se possível, levar o animal para identificação;
Sempre comunicar o Comando sobre o ocorrido, para as medidas mais urgentes.

Proibido fazer

Torniquete ou garrote;
Cortes no local da picada;
Perfurações no local da picada;
Colocar folhas, pó de café ou outros contaminantes;
Oferecer bebidas alcoólicas, querosene ou outros tóxicos.

Sintomas que podem orientar na Classificação das Serpentes causadoras do acidente

REAÇÕES LOCAIS GRUPO BOTRÓPICO (Jararaca, Urutu, Etc) GRUPO CROTÁLICO (Cascavel) GRUPO ELAPÍDICO (Coral verdadeira)
Picadas e reações locais Dor local persistente, com aumento progressivo. Inchação, vermelhidão, arrocheamento, podendo aparecer bolhas. A dor local é pouco comum e, quando ocorre, não é intensa.
A região da picada permanece normal ou mostra pequeno aumento de volume, com sensação de adormecer ou formigar.
Em geral não há dor ou outra reação local. Sensação de adormecer ou formigar na região atingida, que se difunde para a raiz do membro afetado
Facies (expressão da face)     Normal Facies neurotóxica: pálpebras superiores caídas ou semicerradas. Diminuição ou mesmo perda da visão Facies neurotóxica, que pode acompanhar salivação grossa, dificuldade de engolir s vezes, de falar (articular palavras)
Dores Musculares Podem ocorrer em uma ou várias partes do corpo, em particular na região da nuca.
Sangue Incoagulável (caso grave)
Urina Diminuição do volume, cor de vinho tinto (caso grave)

Qual o habitat natural da cobra?

Habitat das Serpentes
Habitat das Serpentes

Os habitat naturais das cobras dependem de sua espécie. Umas vivem no solo, outras na água, e outras ainda entre o solo e água.

No solo, elas podem viver nas arvores, nas superfícies ou no subsolo ainda, dependendo das espécies e dos locais do planeta. Repteis que povoam o mundo desde muitos séculos, elas assim como todo o meio ambiente, foram se readaptando e vivendo conforme as condições lhe são mais favoráveis, dependendo das topografia, das áreas em que vivem e também da temperatura do solo e tempo, além de buscar refugio contra seus predadores naturais.

Muitas espécies que vivem na água, o fazem também devido a evolução natural da espécie e de subterfúgio de seus predadores naturais, além de que sua dieta é exclusivamente de espécies que vivem na água, ou que entram para se refrescar, ou invadem sua área sem conhecer ou por desconhecimento total e do perigo que se expõe.

As espécies que são ?anfíbias? (vivem tanto na terra como na água) tem características próprias, e o fazem em determinadas regiões do planeta, seja por evolução ou por natureza própria do animal.

Habitat Natural

Independente da espécie ou do motivo, o que devemos ter em mente é que estas espécies devem ser respeitadas em seu habitat natural, uma vez que a invasão de predadores ou desconhecidos, em sua área é vista por ela como invasão e a coloca em alerta, se o intruso não for embora, mesmo que não faça parte de sua dieta alimentar, o ataque parece inevitável para proteger seu ?lar?, seu ambiente onde ela se sente segura, e a proximidade de qualquer ?intruso? representa perigo.

Por isso ao nos aventuramos em pântanos, lagos, lagoas, terrenos e matas fechadas, etc, devemos estudar muito que pode povoar estas áreas, a presença de um guia sempre é necessário e prudente, pois geralmente eles sabem o que se passa dentro e em derredor destes locais, e ouvi-los e aprender com eles só acrescenta a todos.

Fonte: Portal São Francisco

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