Murucututu

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Murucututu – Características

Habitam as matas fechadas com prevalência em regiões mais frias e montanhosas.

Alimentam-se de pequenos roedores, morcegos, micos, marsupiais, pequenos répteis e insetos.

Colocam seus ovos em buracos que encontram nas árvores e em rochas.

Têm como principais predadores gaviões, falcões e macacos. Esses últimos por roubarem seus ovos.

Aspectos Morfológicos

Murucututu é uma coruja de grande porte, com 48 cm de comprimento, sem “orelhas” cuja característica mais marcante é uma faixa branca que se estende desde a sobrancelha até a lateral do bico, num desenho que lembra a letra X, essa arrumação parece dar “óculos” a essa coruja, o restante da face é rufa.

O peito com uma fita parda, barriga uniforme, branca ou amarela, o dorso da cabeça uniformemente marrom-escuro. (Willian MenQ S.) os olhos são grandes quase imóveis, de forma telescópica, resultando um campo visual muito limitado, desvantagem compensada pela agilidade da cabeça que tem um circuito de 270 graus, possuem uma íris alaranjada ou amarela de posição frontal, existindo variação intra-específica até mesmo em irmãos.(Oliveira 1984, citado por Sick,1997).

Para proteger os olhos, as corujas são equipadas com 3 pálpebras, possuindo uma normal superior e uma pálpebra inferior. A terceira pálpebra é chamada de membrana nictitante, e é uma fina camada de tecido que fecha os olhos na diagonal, a partir do interior para o exterior, isto limpa e protege a superfície do olho.

Enquanto o “disco facial” de penas rijas desempenha importante papel de refletor sonoro: movendo-se sob dobras de pele, ampliando o volume do som e facilitando assim, a localização da presa pelo ouvido, o disco facial atua como um refletor parabólico dos sons, focando sons com frequências acima de 5 Quilohertz no meato acústico externo, e amplificando-os em 10 decibéis.

As penas que cobrem o ouvido têm uma estrutura peculiar, permitindo a penetração do som, a assimetria do ouvido externo parece colaborar na localização de presas, nos eixos horizontal e vertical, o ouvido esquerdo, que abre na parte látero-inferior da cabeça é mais sensível aos sons originados abaixo, enquanto o ouvido direito aos sons acima da cabeça. Essa assimetria só ocorre no meato auditivo externo, proporcionando assim uma diferença do tempo de chegada dos sons aos dois ouvidos. (Pough,1999)

A grande largura do crânio das corujas evoluiu também em função da audição aperfeiçoada.(Sick,1997) As asas são largas, arredondadas, com um voo silencioso devido ao hábito noturno, possibilitado pela estrutura das penas, a qual elimina componentes ultra-sônicos que tanto poderiam prejudicar a coruja nas suas caçadas como atrapalhar a orientação acústica da própria ave. A borda das penas possui um tipo de “dentadura”, nesse local não existem os ganchos da bárbula distal, o que por sua vez reduz ou elimina o ruído do voo. (Pough,1999) O dedo externo (quarto) pode virar voluntariamente para trás, reforçando o hálux para segurar a presa, apresentam divertículos intestinais, cada um comparável a um ceco, produzindo um tipo diferente de fezes, pretas e fétidas. Não têm papo.

Outra particularidade das corujas é a penugem natal ser substituída por uma segunda geração de plumas, semelhantes a lanugem, que ainda existem quando o filhote abandona o ninho.

Em Pulsatrix o filhote tem uma penugem branca ou amarelada contrastando com o disco facial preto.(Sick,1997) Não apresentam dimorfismo sexual, a fêmea as vezes pode ser maior, cerca de 680-906 g e o macho 453-680 g de massa. Segundo Miller citado por Sick, ambos os sexos cantam, o casal de várias corujas cantam em dueto ou diálogo e as estrofes diferem, até certo ponto o da fêmea pode ser um pouco diferente, mais alta e rouca, devido ao tamanho menor da siringe. Não abrem o bico quando gritam, todos os filhotes estalam com o bico, batendo as mandíbulas. Seu canto é um chamado grave, longo e um pouco descendente. Enquanto ao timbre, lembra o som produzido por uma folha de zinco chacoalhada, a distância interpretado como murucututu. (Willian MenQ S.)

Tamanho

Mede 48 cm de comprimento. Corujão sem “orelhas”, face com desenho branco puro, barriga uniforme, branca ou amarela. Íris alaranjada ou amarela.

Habitat

Mata alta.

Murucututu (Pulsatrix perspicillata) habita florestas tropicais úmidas do Novo Mundo (Stiles e Skutch 1989). Vivendo em mata alta no interior de florestas, onde pousa em locais altos, como galhos desnudos de araucárias (Belton, 1994; com. pess. A. A. Bispo em 2003), incluindo também as bordas das florestas, também é encontrado em florestas secas, savanas, plantações e em áreas abertas com árvores dispersas, mostrando preferência por sítios próximos de corpos d’água, devido ao hábito de se banhar na chuva.(Sick,1997). É considerada uma ave noturna, durante o dia dorme pousada em galhadas densas do interior da mata, as vezes em casais, descansando a alturas variando de 2 m ao topo da copa, podem estar ativas durante dias nublados.(Willian MenQ S.) Entretanto a maioria das corujas são crepusculares, ou seja, ativas ao amanhecer e ao anoitecer.

As corujas têm uma linguagem corporal muito expressiva, ao proteger os jovens ou para se defender, pode assumir uma postura defensiva, com penas eriçadas o que da ideia de um tamanho maior, apontando as asas para baixo e mantendo-as abertas. O nervosismo se manifesta num rápido descer e subir das pálpebras superiores, enquanto a coruja tranquila fecha o olho puxando lentamente a pálpebra inferior para cima, como a maioria das aves. (Sick,1997)

Hábitos: Gosta de banhar-se na chuva.

Alimentação

Predominam geralmente insetos (gafanhotos, besouros, baratas, etc.), mas apanham roedores, lagartos e rãs.

O controle da alimentação de uma coruja é feito pelo exame das pelotas ou bolotas regurgitadas, as quais contêm crânios, bicos, pés e unhas (das aves e mamíferos). É admirável como os sucos digestivos das corujas limpam os ossos mais delicados de carne e tendões. Ficam inalterados também pelos, penas e escamas.

Hábitos Alimentares

A P. perspicillata apresenta uma alimentação bastante variada, geralmente composta por insetos (gafanhotos, besouros, baratas, etc) desde mamíferos do porte de um gambá até mesmo morcegos e pequenas lagartas, rãs. Inclui outras aves na dieta, aprende também a se alimentar de caranguejos na beira de rio (Guiana).

Espera a presa pousada em um galho, apanhando-a sobre o solo ou nas árvores. (Willian MenQ S.) A maior atividade caçadora das espécies noturnas desenvolve-se no crepúsculo e no começo da noite. Os sucos digestivos das corujas limpam os ossos, ficando inalterados os pêlos, penas e escamas, enquanto aos vegetais contidos nas pelotas provêm do conteúdo intestinal dos roedores devorados. As pelotas variam conforme a espécie e sua alimentação.(Sick,1997)

Reprodução

Criam em ninhos abandonados de outras aves. Os ovos são quase redondos, às vezes ovais, de cor branca pura. Filhotes de penugem branca, disco facial preto.

Filhote

O período reprodutivo de julho a novembro, P. perspicillata é monogâmica, nidificando em ocos de árvores ou em ninhos abandonados de outras aves onde põe dois ovos brancos que medem aproximadamente 50,5 x 42,5 mm (Peña, 1994 citado por Willian MenQ S). A fêmea costuma começar a chocar após ter posto o primeiro ovo, o que resulta em um tempo diferente de eclosão e tamanho dos filhotes, diferenças ainda permanecem quando a prole abandona o ninho, em P. perspicillata a fêmea choca durante cerca de 5 semanas, os jovens deixam o ninho em 5-6 semanas, mas ficam com os pais por até um ano, mesmo após de formar as penas definitivas. Muitas vezes apenas um filhote sobrevive. Em cativeiro, juvenis têm tomado até cinco anos para adquirir plumagem adulta, é provável que no ambiente natural os jovens assumem a plumagem adulta mais cedo. Com muito poucos predadores, pode viver até 35 anos em estado selvagem, são conhecidos por viver durante 25 a 30 anos em cativeiro. Corujas são territorialistas, um fato que é particularmente evidente durante o acasalamento. Eles defendem vigorosamente o ninho contra os membros da mesma espécie e as outras aves que poderiam competir pelos mesmos recursos.

Período Reprodutivo: Julho a novembro

Manifestações sonoras

Voz: “ko-ko-ko…”, pelo fim acelerada e enfraquecendo, bem simbolizado pelo nome “Murucututu”.

Predadores naturais

A presença de uma coruja, descoberta no seu esconderijo diurno, irrita certas aves, sobretudo Passeriformes (beija-flores), cujos gritos de advertência chamam vizinhos e revelam a presença da coruja inclusive ao homem. Além de molestarem tanto a coruja que acaba saindo a procura de outro esconderijo. Como exemplo de predador temos o pequeno gavião carijó, que chega a apanhar a coruja, pois é uma presa fácil durante o dia.

Distribuição Geográfica

Do Espírito Santo até Santa Catarina, e também em áreas da Argentina e do Paraguai.

Ocorre do México à Bolívia, Paraguai e Argentina; provavelmente em todo o Brasil, não é raro na Amazônia.(Sick,1997).

Foi verificada na Floresta Estacional Semidecidual (Anjos & Schuchmann, 1997; Anjos et al., 1997; Straube et al., 2002), na Floresta Ombrófila Mista do sul do Estado (com. pess. A. A. Bispo em 2003) e numa área de transição no vale do rio Ribeira (Kajiwara,1998): área urbana de Londrina, Parque Estadual Mata dos Godoy (município de Londrina), fazenda Caiuá (município de Cambará), fazenda experimental Gralha Azul (município de Fazenda Rio Grande), fazenda Morro Grande (município de Cerro Azul) e Área de Especial Interesse Turístico do Marumbi (municípios de Quatro Barras e Morretes) mas é provável que ocorra em diversas unidades de conservação paranaenses, particularmente naquelas que apresentam grandes dimensões e razoável grau de preservação, em especial nas zonas mais quentes do Estado paranaense.

No Parque Nacional de Ubajara, Ceará; Pulsatrix perspicillata, foi observada no Horto Florestal e, posteriormente tendo sido encontrado um exemplar morto, o qual foi taxidermizado e doado para a coleção de material zoológico da Universidade Estadual do Ceará pela Administração do Parque Nacional de Ubajara.

Estado de Conservação

Uma espécie que ao longo dos anos vem se tornando cada vez mais rara, em virtude do desmatamento, do excesso de luzes em torno das matas que confundem seus trajetos e também por doenças causadas pelos pesticidas que muitas vezes impregnam suas presas. Desse modo é considerado um animal em risco de extinção.

Murucututu – O que é

Murucututu ou murucutu (Pulsatrix perspicillata) é uma espécie de ave estrigiforme pertencente à família Strigidae. É uma coruja de grande porte que atinge cerca de 48 cm de comprimento. Sua característica mais marcante é uma faixa branca que se estende desde a sobrancelha até a lateral do bico, num desenho que lembra a letra X. Alimenta-se de pequenos roedores, artrópodes e mamíferos. Nidifica geralmente em cavidades de árvores, pondo apenas dois ovos.

O nome Murucututu é uma onomatopeia de seu canto, um chamado grave, longo e um pouco descendente.

Também é conhecida pelos nomes de coruja-do-mato, corujão, corujão-orelhudo, mocho-mateiro e coruja-de-garganta-preta.

Alguns acreditam ser ave agoureira.

Lendas

Por se tratar de uma ave rapineira de grande porte e essencialmente florestal, registrada apenas em remanescentes de mata com grandes dimensões, acredita-se que as principais ameaças às populações desta espécie sejam a supressão e a alteração vegetacional, ou seja, o desmatamento, assim como as conseqüências decorrentes, tais como maior competitividade por sítios de nidificação e abrigo, conseqüentemente a escassez de itens alimentares específicos devido ao uso maciço de praguicidas nas plantações.

Adicionalmente, o abate dessas aves é bastante comum, devido a ataques fortuitos e crendices populares, como as que falam em mau agouro. Portanto as corujas necessitam de proteção integral, pois proporcionam benefícios ao homem controlando a população de animais como camundongos, insetos. Portanto são predadores de topo da cadeia alimentar, sendo considerados indicadores do ecossistema em que vivem. Entretanto, as crendices geram antipatias devido ao hábito noturno dando-lhes a fama de agourentas.

Em alguns Estados brasileiros P. perspicillata encontra-se em áreas protegidas, tais como reservas e parques nacionais, no entanto, no Estado de São Paulo (1998) e no Rio Grande do sul (2002) já existem indícios de ameaças de extinção.

As corujas tradicionalmente possuem registros escassos devido principalmente ao hábito noturno, o qual dificulta o seu encontro. Nesse sentido, a principal medida para a conservação desta espécie consiste em gerar conhecimentos sobre sua biologia, ecologia e distribuição nos Estados de ocorrência. Tais dados podem subsidiar melhor detalhamento das ameaças sobre as populações e maior efetividade na sua conservação, o conhecimento sobre os hábitos podem auxiliar na construção de estradas em paisagens agrícolas nas áreas imediatamente próximas às Unidades de Conservação, evitando assim o atropelamento de corujas que utilizam este espaço para capturar suas presas.

Também a existência de medidas de proteção a remanescentes florestais através de melhorias na infra-estrutura, ampliação e criação de novas unidades de conservação. Além do desenvolvimento de programas de educação ambiental que esclareçam mitos e desmistifiquem a fauna, contribuindo na diminuição do preconceito contra essa espécie. Existem esforços para conservar P.perspicilata, muitos são criados em cativeiro e libertados na selva, enquanto outros são mantidos em jardins zoológicos e conservatórios.

Curiosidades

Murucututu é um corujão florestal de grande porte, sendo as fêmeas ligeiramente maiores do que os machos.

É um animal estritamente de hábito noturno.

O seu ouvido interno extremamente desenvolvido, portanto possui a audição bem aguçada, permitindo o Murucututu localize uma presa na total escuridão. A presa pode ser um pequeno camundongo roendo um alimento a vários metros de distância do local, onde se encontra pousada.

Assim como gatos e macacos, o Murucututu enxerga em três dimensões, ou seja, focaliza o mesmo objeto usando parte do campo visual de ambos os olhos, o que possibilita uma excelente percepção de distância e profundidade, vitais para quem necessita voar com pouca luminosidade.

Apesar de ser incapaz de focar objetos próximos ela conta com o recurso de dilatação da pupila durante a noite, captando qualquer fração disponível de luz, tornando sua visão muito mais apurada do que a do ser humano. Mas, ela tem pouca mobilidade nos olhos, o que é compensado pela acentuada flexibilidade do pescoço, capaz de girar num ângulo de 270 graus.

Classificação científica

Nome Científico: Pulsatrix perspicillata (Latham, 1790)
Nome Popular:
 Murucututu, Coruja Murucututude Barriga Amarela, Coruja da Garganta Branca
Nome em Inglês: Spectacled Owl
Reino:
 Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Strigiformes
Família: Strigidae Leach, 1820
Gênero: 
Pulsatrix (Kaup, 1848)
Espécie: Pulsatrix perspicillata (Latham, 1790)
Autor da Espécie e ano da descrição: 
Latham, John. 1790
Período de Incubação:
 35 dias
Número de filhotes: 1

Murucututu – Fotos

Fonte: www.zoonit.org.br/www.vivaterra.org.br/www.moodle.ufba.br/www.britannica.com/fr.wikipedia.org/www.hbw.com/www.hawkquest.org

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