Classe Reptilia

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Répteis não formam um grupo evolutivo distinto como aves e mamíferos fazem. Em vez disso, a classe Reptilia consiste de quatro ordens que são muito diferentes uns dos outros.

A classe Reptilia inclui as ordens: Testudines (tartarugas e tartarugas), Crocodylia (jacarés e crocodilos), Rhynchocephalia (Tuatara), e Squamata Squamata inclui o subordens Sauria (lagartos) e Serpentes (cobras).

Classe Reptilia
Répteis

A Classe Reptilia surgiu sobre a Terra há cerca de 320 milhões de anos no Período Carbonífero. Reúne animais com escamas e é dividida em 4 ordens que incluem as tartarugas, cágados e jabotis (Ordem Chelonia), com cerca de 225 espécies, anfisbênios, cobras e lagartos (Ordem Squamata), com cerca de 5.800 espécies, a tuatara da Nova Zelândia (Ordem Rhynchocephalia), com 2 espécies e os crocodilos e jacarés (Ordem Crocodilia), com 21 espécies.

Existem, portanto, apenas 4 ordens viventes, diferentemente das 16 ordens conhecidas, que floresceram no Mesozóico, a era dos répteis. Embora constituídos por linhagens distintas, os répteis constituem os primeiros vertebrados adaptados à vida em lugares de baixa umidade na terra, visto que sua pele seca e córnea reduz a perda de umidade do corpo. Além da pele córnea, os ovos de répteis apresentam anexos embrionários complexos (âmnion, córion e alantóide) que lhes conferem independência da água para a reprodução.

A Classe dos Répteis torna-se muito artificial, pois a relação destes grupos ainda encontra-se em fase de definição. Como exemplo, os crocodilianos (crocodilos e jacarés), são mais aparentados das Aves do que com os demais Répteis existentes. Pesquisas com o DNA comprovam isso. É estranho? Saiba que os crocodilianos constróem ninhos e fornecem um grande cuidado parental com os filhotes e, tantos os filhotes como os adultos apresentam alguns tipos de vocalizações. Além disso, o coração de um crocodiliano, é dividido em 2 átrios e 2 ventrículos, diferentemente dos demais Répteis, que é dividido em 2 átrios e 1 ventrículo.

Ao contrário das Aves e Mamíferos, que mantém a temperatura corpórea através do calor produzido pelo metabolismo, estes animais precisam de fontes externas de calor (sol) para regularem sua temperatura. Algumas espécies botam ovos (ovíparas), como os jacarés, as tartarugas e algumas cobras e lagartos.

Outras espécies são vivíparas, onde nascem filhotes durante o parto (ex. algumas cobras e lagartos).

A maioria das espécies é terrestre (terrícolas, fossórios e arborícolas), mas há espécies em água doce e marinhas. O tamanho dos répteis atuais varia de 5 cm a 10 m, mas a maioria mede entre 25 e 150 cm.

Muitas espécies de serpentes das famílias Colubridae, Boidae e Viperidae apresentam hábito alimentar rodentívoro, sendo vertebrados predadores de pragas.

Cerca de 70 espécies das famílias Viperidae (gêneros Bothrops , Crotalus e Lachesis ) e Elapidae (gênero Micrurus ) são peçonhentas e potencialmente perigosas aos humanos, pois podem causar acidentes ofídicos.

Os répteis apresentam espécies sensíveis a alterações ambientais, principalmente à destruição de hábitat. É provável que declínios populacionais de serpentes como Lystrophis nattereri, Bothrops itapetiningae e B. cotiara no estado de São Paulo estejam relacionados à destruição dos hábitats. A caça também pode ter contribuído para o declínio de espécies maiores como os jacarés, especialmente Caiman latirostris . Programas de manejo, conservação e educação ambiental têm sido aplicados a espécies de quelônios, principalmente as tartarugas marinhas.

Classe Reptilia – Animais

Os répteis formam um grupo de animais muito variado e colorido e estão representados em todos os continentes, exceto da Antártica. Os répteis mais conhecidos são as cobras e os lagartos, principalmente porque eles estão melhores distribuídos do que os crocodilianos, tartarugas e tuataras, que também pertencem à classe reptiliana. Na verdade, muitas pessoas desconhecem que as tartarugas também são répteis de verdade. Mais de 7.000 espécies de répteis têm sido classificadas, a maioria delas encontrada nos climas tropicais e subtropicais.

Todos os répteis têm algum tipo de escama. A carapaça da tartaruga é formada por um grupo de escamas grandes e fortes.

Os répteis são quase sempre fáceis de identificar, graças a algumas características em comum que os diferenciam dos outros animais terrestres ou semiterrestres.

O sinal que mais identifica um réptil é a pele escamosa que cobre quase todo o seu corpo. Todos os répteis possuem algum tipo de escamas, cada uma delas adaptada de acordo às circunstâncias. A carapaça da tartaruga é recoberta por placas ósseas e tem evoluído para protegê-la. Outros répteis têm conchas tão pequenas que podem parecer invisíveis ao olho nu.

Todos os répteis têm coluna vertebral, respiram ar (inclusive aqueles que passam a maior parte do tempo na água) e quase todos possuem quatro membros externos, embora não sejam visíveis externamente nas cobras e alguns lagartos. Eles também são todos amnióticos, o que significa que o embrião em desenvolvimento é protegido por uma série de membranas e uma concha dura, evitando que os ovos sequem, protegendo-os dos predadores.

Os répteis também são definidos por características ausentes e presentes. Diferentes dos mamíferos e pássaros, que evoluíram dos próprios répteis, os animais reptilianos são incapazes de regularem a própria temperatura do corpo e dependem do ambiente para obter calor corporal. Eles também não têm pelos e plumas.

Classe Reptilia – Répteis

Os repteis constituem o primeiro grupo de vertebrados adaptados a vida em lugares secos da Terra. A pele seca, a córnea e as escamas resistem a perda de umidade do corpo e facilitam a vida em superfícies ásperas.

O nome da classe se refere ao modo de locomoção: reptum, que significa rastejar e o estudo dos répteis é chamado de herpetologia (do grego herpeton , réptil).

A História Natural dos Répteis

Durante o Mesozóico ou Idade dos Répteis (Triássico até Cretáceo Superior),foram esses vertebrados que dominaram e ocuparam a maioria dos habitats animais disponíveis, desde semidesertos e planaltos secos através de pântanose brejos até o oceano aberto. Variavam bastante de tamanho, estruturas e hábitos.A realização evolucionária dos répteis mais importantes foi a de adaptar-se a vida terrestre longe da água. A aquisição de uma pele seca e cornificada para evitar a perda de umidade do corpo e a produção de ovos capazes de se desenvolver na terra foram significantes nessa adaptação. Os pequenos repteis primitivos tinham o corpo e calda delgados e quatro pequenas pernas com cinco dedos.

Desta forma generalizada algumas linhas de radiação ou especialização foram:

Aumento de tamanho, até as enormes proporções dos apatossauros
Aquisição de armadura defensiva, incluindo placas na pele ou chifres ou espinhos na cabeça
Construção leve, como nos dinossauros, para correr rapidamente com quatro ou duas pernas
Adaptação ao vôo, pelo aumento do comprimento das extremidades pares anteriores (e da calda) e desenvolvimento de patágios de pele nos pterodáctilos .

Os répteis do Mesozóico incluíam tanto espécies herbívoras quanto carnívoras. Ninhos de ovos de dinossauro descobertos na Mongólia provam que algumas espécies de répteis antigos punham ovos em ninhos, mas os ictiossauros marinhos erma ovovivíparos. Restos de répteis fósseis foram encontrados em todos os continentes do mundo menos na Antártida. Ainda há muita especulação para saber o porque do desaparecimento dos dinossauros, sendo a explicação mais plausível é a da mudança de clima que alterou seus habitats e consequentemente os próprios répteis. De qualquer maneira, no final do Cretáceo apenas quatro das dezesseis ordens de repteis existentes sobreviveram o que possibilitou o desenvolvimento dos mamíferos.

Características dos Répteis

Os répteis possuem:

Um corpo coberto com pele seca cornificada (não mucosa) geralmente com escamas ou escudos e possuem poucas glândulas superficiais ;

Dois pares de extremidades, cada uma tipicamente com cinco dedos terminando em garras córneas e adaptadas para correr, rastejar ou trepar ; pernas semelhantes a remos nas tartarugas marinhas, reduzidas em alguns lagartos, ausentes em alguns outros lagartos e em todas as cobras

Esqueleto completamente ossificado; crânio com um côndilo occipital

Coração imperfeitamente dividido em quatro câmaras, duas aurículas e um ventrículo parcialmente dividido (ventrículos separados nos crocodilianos ) ; um par de arcos aórticos; glóbulos vermelhos nucleados, biconvexos e ovais

Respiração sempre pulmonar; respiração coaclal em tartarugas marinhas

Doze pares de nervos cranianos

Temperatura corporal variável (pecilotermos), de acordo com o ambiente

Fecundação interna, geralmente por órgãos copuladores; ovos grandes, com grandes vitelos, em cascas córneas ou calcárias geralmente postos, mas retidos pela fêmea para o desenvolvimento em alguns lagartos e cobras

Segmentação meroblástica; envoltórios embrionários (Âmnio, cório, saco vitelino e alantóide) presentes durante o desenvolvimento; filhotes quando eclodem (nascem) assemelham-se aos adultos; sem metamorfose.

A Distribuição dos Répteis pelo Planeta

A maioria dos répteis, tanto em espécies quanto em indivíduos, vivem em regiões tropicais e subtropicais; seu número declina rapidamente em direção aos pólos e das altas altitudes. Os repteis ocupam grande variedade de habitats.

Grandes pítons e jibóias vivem nos trópicos, os crocodilianos nos brejos ou rios ou ao longo de costas marinhas, as maiores tartarugas no mar e os jabutis gigantes em ilhas oceânicas áridas. A maioria dos lagartos e cobras são terrestres, mas algumas sobem em rochas e árvores. Serpentes tropicais são predominantemente arborícolas. Largatixas e outros lagartos procuram abrigo em fendas de rochas, arvores ou casas e Cobras freqüentemente usam buracos de roedores.

Alguns lagartos e cobras enterram-se na areia com o auxílio de uma placa do focinho, virada para cima (placa rostral). A maioria das tartarugas vivem perto ou dentro da água e as cobras marinhas vivem nos oceanos tropicais.

As atividades

Sendo animais de sangue frio (pecilotermos),sem meios de regular a temperatura do corpo, os répteis são grandemente influenciados pela temperatura do ambiente. Nos trópicos podem ser ativos durante todas as estações, mas nas regiões temperadas apenas nos meses mais quentes. Nos desertos e semidesertos expõem-se à luz do dia nos quentes da primavera às vezes no outono, mas no verão evitam o calor excessivo do meio-dia, aparecendo apenas nas primeiras horas da manhã ou do fim do dia. Os répteis, principalmente cobras e lagartos, saem e se aquecem por exposição ao Sol antes de se locomover. São mais ágeis quando a temperatura corporal é apenas alguns graus abaixo do limite crítico (em torno dos 45°C ), no qual a morte ocorre rapidamente por superaquecimento.

No inverno os répteis hibernam por um período que depende da duração e da severidade da estação fria. Lagartos e cobras hibernam em fendas ou cavidades do solo, cascavéis e algumas outras cobras vivem em grupos em cavernas ou grandes buracos e tartarugas de água doce vão para o fundo dos lagos.

Alimentação

A maioria dos répteis alimentam-se principalmente de outros animais; jabutis grandes ou pequenos, algumas tartarugas e uns poucos lagartos comem vegetais.

Lagartos e pequenas cobras pegam insetos e outros pequenos invertebrados; pequenas tartarugas comem invertebrados aquáticos; grandes lagartos, tartarugas, cobras e crocodilianos comem vários vertebrados, desde peixes até mamíferos. A tomada total de alimento é pequena quando comparada com a necessária para aves e mamíferos. Em temperaturas altas os répteis comem mais e sua digestão é mais rápida. Presas pequenas são agarradas com os dentes e engolidas, sendo mortas pelos sucos digestivos. Muitas cobras sufocam presas maiores, mantendo-as entre seus maxilares ou apertando-as contra o solo. Jibóia e outras cobras enrolam-se rapidamente em torno da presa, então “constringem” a vítima até que sobrevenha a morte por asfixia. Cobras peçonhentas matam com suas presas, injetando veneno e a vítima morre rapidamente.

Duração de vida

Em cativeiro, alguns jabutis sobreviveram além dos cem anos, várias tartarugas de vinte a noventa anos, alguns crocodilos e cobras grandes de vinte e cinco a quarenta anos e espécies menores de dez a vinte anos. Em contraste, em populações selvagens marcadas de pequenos lagartos mais de 90% desapareceram dentro de um ano.

Reprodução

Os répteis são intermediários entre os peixes e os anfíbios e os mamíferos na maneira de se reproduzirem. A fecundação é sempre interna, mas a maioria das espécies deposita seus ovos para o desenvolvimento fora de seu corpo. O desenvolvimento interno entre os vertebrados terrestres pode ter começado com um fenômeno regular nos répteis, visto que algumas tartarugas e cobras estritamente ovíparas retêm seus ovos temporariamente quando as condições para a ovipustura são desfavoráveis. Quando isso acontece em Tropidonotus, uma cobra da Europa, os embriões se desenvolvem , tanto que após a ovipustura decorrem apenas três semanas para a eclosão. O desenvolvimento interno é regra para víboras, cascavéis, algumas outras cobras e cobras marinhas. Em certos gêneros de lagartos, algumas espécies põem ovos e outras produzem filhotes vivos; os “sapos de chifre” são ovovivíparos, com exceção de uma espécie, mas ao contrário ocorre com Sceloporus.

Em adaptação a vida terrestre, os ovos dos répteis assemelham-se um pouco as das aves, sendo encerrados numa casca resistente e flexível, com uma membrana interna. As cascas são endurecidas por sais calcários nos crocodilianos e algumas tartarugas. A forma gral é de um ovo longo, mas é esférica nos jabutis e tartarugas marinhas. Há muito vitelo para nutrir o embrião e os ovos freqüentemente são grandes em proporção ao tamanho da fêmea. Durante o desenvolvimento o embrião é circundado por membranas embrionárias, âmnio, cório e alantóide; essas “novas” formações de vertebrados, que ocorrem pela primeira vez no répteis, são uma adaptação para proteger o delicado embrião contra a dessecação e choque físico durante o desenvolvimento. Um dente calcário desenvolve-se na extremidade do maxilar superior, como nas aves; serve para cortar a membrana e a casca do ovo durante a eclosão, depois cai. O filhote, ao eclodir, é geralmente semelhante ao adulto e torna-se imediatamente independente.

O número de ovos produzidos por uma fêmea anualmente varia de cerca de 400 numa tartaruga marinha ( caretta ) a um único ovo numa lagartixa caseira.

Pequenos cágados põem de 5 a 11 ovos, cobras e lagartos cerca de 10 a 20 e o aligátor americano de 30 a 60; uma cobra ( Thamnophis ) produziu cerca de 70 filhotes em uma só ninhada. Os ovos são depositados em cavidades naturais, embaixo de pedras ou dentro de troncos, por baixo de restos vegetais ou na terra ou na areia. As fêmeas das tartarugas procuram bancos de areia ou barrancos para escavar cavidades, cavando com as pernas posteriores, cobrindo os ovos mais tarde. A duração do desenvolvimento nos diferentes répteis é de algumas semanas até alguns meses; a tuatara da Nova Zelândia distingui-se por levar aproximadamente 13 meses.

Nos répteis ovovivíparos que retêm os ovos no oviduto da fêmea para o desenvolvimento, a “casca” é apenas uma fina membrana. Vasos sangüíneos do embrião logo crescem para fora, do saco vitelino ou do cório, e ficam perto dos vasos maternos da superfície interna do oviduto “útero”, garantindo a respiração do embrião num arranjo funcionalmente equivalente da placenta dos mamíferos. Quando se completa o desenvolvimento, estes ovos são “postos” e os filhotes “eclodem” imediatamente.

Relações com homem

Muitas espécies de cobras e lagartos beneficiam o homem alimentando-se de roedores e de insetos prejudiciais, mas algumas cobras comem os ovos de aves de caça e de pássaros canários.

Peles de crocodilianos e aligátores são usadas há muito tempo como couro, e em anos recentes as de grandes cobras e lagartos têm sido transformados em sapatos, bolsas e artigos similares. Cerca de 2.500.000 peles foram preparadas para tais fins na Índia apenas durante 1932, com outras na Malásia, Filipinas, África e América do Sul. Tartarugas são úteis principalmente como alimento. A carne de tartaruga verde, tanto fresca quanto seca, tem sido tão procurada que a sua pesca nas ilhas tropicais foi quase esgotada. As tartarugas gigantes de Galápagos, outrora enormemente abundantes, foram coletadas por marinheiros do Oceano Pacífico durante três séculos como fonte de carne fresca. Outras tartarugas pequenas são de certa forma úteis nos laboratórios biológicos. A tartaruga verdadeira para pentes e outros artigos de adorno é obtida da Eretmochelys, uma espécie marinha.

Durante muito tempo as cobras foram objetos de medo e superstição para a humanidade. Foram adoradas e veneradas por muitos povos primitivos. Muitas crenças erradas sobre cobras ainda persistem nos países civilizados, apesar do grande número de conhecimentos atuais sobre a estrutura e biologia das cobras e de seu lugar na natureza como um grupo de animais predadores.

Répteis peçonhentos

As duas espécies de Heloderma, uma das quais é o monstro-de-gila do Sudoeste são os únicos répteis peçonhentos além das cobras. O veneno destes lagartos é tão peçonhento quanto o das cascavéis, mas o mecanismo da inoculação é pouco desenvolvido e só raramente homens são feridos ou mortos. Cobras peçonhentas ocorrem em todos os continentes e em muitas grandes ilhas, com exceção de Madagascar e Nova Zelândia. O veneno serve para capturar suas pequenas presas, mas é usado definitivamente contra grandes animais e contra o homem.

O veneno é secretado por um par de glândulas, uma em cada lado do maxilar superior, cada uma ligada por um ducto à presa. Presas de reserva desenvolvem-se atrás do par funcional para substituí-lo quando perdido ( como acontece com os dentes de todas as cobras ). O veneno é um complexo de matérias orgânicas com vários efeitos fisiológicos e cada espécie de veneno tem características e toxidade diferentes. O veneno da Naja e parentes afeta particularmente os centros respiratórios e a morte sobrevêm por asfixia; o das cascavéis e víboras afeta mais severamente o coração e o sistema nervoso.

As cascavéis e outras cobras de quatro ventas atacam numa postura em forma de S do corpo; as presas são enterradas na vítima, a mandíbula da cobra aperta para cima, os músculos em volta da glândula de veneno forçam-no através das presas ocas para dentro da carne, então a cabeça é retirada – tudo isso com rapidez incrível. O veneno das víboras e cascavéis usualmente caminha lentamente pela circulação linfática.

A Classe Reptilia

Dentro do filo dos Cordados, a seqüência evolutiva dos vertebrados é a seguinte: um ramo de peixes deu origem aos anfíbios; um ramo de anfíbios deu origem aos répteis; um ramo de répteis deu origem aos mamíferos e outro ramo, às aves.

Os répteis foram os primeiros vertebrados que se “desligaram” da água. Tiveram assim sua disposição de um ambiente totalmente novo, e com isso houve uma grande diversificação de formas. Num segundo momento, muitos retornaram à água. O nome dessa classe, Reptilia, vem de reptile, que significa “que se rasteja”.

Abrange espécies que apresentam as seguintes características: corpo coberto por um tegumento seco e cornificado, freqüentemente com escamas córneas ou outras estruturas de proteção; dois pares de pata; esqueleto ossificado; um côndulo occipital; doze pares de nervos cranianos; coração incompletamente dividiso em quatro câmaras: duas aurículas e um ventrículo parcialmente dividido; um par de arcos aórticos; respiração por meio de pulmões; temperatura do corpo variável; fecundação interna; ovíparas; às vezes os ovos são retidos na fêmea para completar o desenvolvimento (ovovivíparas); em geral os filhotes desenvolvem-se fora da água.

Ao longo da evolução, os répteis apresentaram dormas gigantescas. Foi o caso do dinossauro, alguns dos quais ultrapassavam os 20 metros de comprimento.

Atualmente, temos ainda animais muito grandes.

Por exemplo: a sucuri, com mais de 9 metros de comprimento; o píton-reticulado, com 6 a 9 m; o gavial-do-gangues, com 7 m; o crocodilo-marinho, com mais de 6 m. Os répteis atingiram o seu auge de desenvolvimento na era Mesozóica, durante o período Jurássico (há cerca de 140 milhões de anos).

Classe Reptilia – Estrutura

Vertebrados que conquistaram efetivamente o meio terrestre, pois são de fecundação interna, ovíparos (ovos com casca) na maioria, vivíparos (sucuri) ou ovovivíparos (Crotalus – cascavel; Bothrops – jararaca; urutu).

Possuem anexos embrionários: saco vitelino, córion, âmnion, alantóide. Excretam ácido úrico. Não sofrem metamorfose e a pele é seca e impermeável, protegida por escamas ou placas de queratina (proteína). A respiração é sempre pulmonar, desde o nascimento, inclusive nos aquáticos.

São cordados, vertebrados, deuterostômios, tetrápodes, celomados, amniotas, alantoidianos, pecilotérmicos. O esqueleto é predominantemente ósseo.

São dióicos, exceto a jararaca-ilhoa (Bothrops insularis) da ilha da Queimada Grande, que é monóica (hermafrodita).

Estão adaptados para viverem na água (tartaruga, jacarés) ou na terra (cobras, lagartos, lagartixas), mas todos respiram por pulmões.

Dentição dos ofídios: áglifas (jibóia, sucuri), opistóglifas (muçurana, falsa coral), proteróglifas (Micrurus – família Elapidae), solenóglifas (Crotalus, Bothrops).

O padrão circulatório dos répteis é semelhante ao dos anfíbios.

Seu coração tem três câmaras (dois átrios e um ventrículo),e são os mesmos dois circuitos: circulação pulmonar e circulação sistêmica.

Entretanto, o ventrículo único dos répteis é parcialmente dividido pelo septo de Sabatier, o que torna a mistura de sangue arterial e venoso apenas parcial. O sangue que flui pela circulação sistêmica para os tecidos do corpo é mais saturado em oxigênio que aquele recebido pelos tecidos dos anfíbios.

Apesar dessa diferença anatômica e funcional, a circulação dos répteis também é dupla e incompleta, pelos mesmos motivos expostos anteriormente para a circulação dos anfíbios.

A exceção é a circulação dos répteis crocodilianos, como os crocodilos e os jacarés.

O ventrículo desses animais é completamente dividido, e o coração perfaz quatro câmaras: doi átrios e dois ventrículos. Entretanto, na emergência das artérias pulmonar e aorta, há uma comunicação, o forame de Panizza, pelo qual ainda ocorre mistura de sangue arterial e venoso.

A articulação do crânio com a 1a vértebra é feita por um côndilo ocipital, o que permite movimentos da cabeça mais amplos, quando comparados com os anfíbios.

Possuem boca com dentes, exceto as tartarugas que possuem bico. O tubo digestivo é completo e termina na cloaca, juntamente com os aparelhos reprodutor e excretor.

Enquanto peixes e anfíbios apresentam rins mesonefros (torácicos), de répteis em diante os rins serão metanefros (abdominais), melhorando muito a capacidade filtradora do sangue.

Ovo com estruturas que protejam o embrião contra a perda excessiva de água.

Esse tipo de ovo, citado nesse último item, é chamado genericamente de ovo terrestre.

Possui uma casca protetora, resistente e porosa, e um sistema de membranas e de bolsas internas, os anexos embrionários:

Cório: Protege contra abalos mecânicos e contra a penetração de microorganismos.
Âmnio:
Evita a evaporação.
Saco vitelínico:
Contém o vitelo, que alimenta o embrião durante o seu desenvolvimento.
Alantóide:
Permite o armazenamento de resíduos metabólicos, na forma de uma pasta semi-sólida, e realiza trocas gasosas com o ar que penetra através da casca porosa.

Na realidade, as trocas gasosas acontecem na região de fusão do alantóide com o cório.

Sistema Nervoso dos Repteis

No sistema nervoso dos répteis ocorre uma mudança do centro de atividade encefálica que nos anfíbios estava situado no mesencéfalo e nos répteis muda para os hemisférios cerebrais (cérebro). Tal mudança resulta da invasão do palio por muitas células nervosas (camada cinzenta) para começar a formar o neopalio. O cerebelo dos répteis é mais desenvolvido do que dos anfíbios porém não se compara ao das aves e mamíferos.

O encéfalo apresenta dois longos lobos olfativos ligados aos grandes hemisférios cerebrais; atrás destes ficam dois lobos ópticos ovais. Depois vem o cerebelo mediano, com forma de pêra, maior que nos anfíbios. O mielencéfalo expande-se lateralmente por baixo do cerebelo, depois estreita-se formando a medula espinal. Ventralmente, entre as bases dos hemisférios cerebrais estão os tratos ópticos e nervos ópticos, seguidos pelo infundíbulo e pela hipófise. Há 12 pares de nervos cranianos e nervos espinais pares para cada somito do corpo. Há botões gustativos na língua e órgãos olfativos a cavidade nasal. Os olhos têm glândulas lacrimais para manter a córnea úmida fora da água. Os ouvidos são do tipo característico de vertebrados terrestres.

Células Nervosas dos Répteis

As células tem origem de ramificações ventrais não cruzadas, que tem uma posição similar à das células homóloga nos anfíbios, constituindo grupos que são um pouco diferente arranjadas no canal central e bordas mais ou menos próximas à substância branca. Determinados dendritos agem através dessa substância branca e formam ramificações (rede) nervosas que não se apresentam tão grandes como em anfíbios, estando mais concentradas às partes laterais e ventrais da coluna.

As células que contribuem para essa formação ou um início de rede nervosa apresentam-se de vários tipos: células de projeção ventral, células funiculares, células de junção ventral ou anterior, células de von Lenhossék na medula cervical e possivelmente alguns outros neurônios. O arranjo das projeções dos nervos ventrais, variam de animal para animal e, em um nível consideravelmente grande.

Existe a possibilidade das ramificações ventrais não serem limitadas por somente um miótomo (célula muscular em desenvolvimento embrionário), porém, pode conter algumas fibras miotomais adjacentes. Na medula torácica das tartarugas, as células originadas de fibras somáticas eferentes estão ausentes devido à falta de musculatura rígida. A maioria dos grupos de células, consistem em corpos celulares de neurônios no pescoço, e musculatura dorsal com grupos de células mais laterais particularmente bem desenvolvidas na sua forma, que estão presentes na medula cervical e lombar concentrando-se na região de enervação motora dos membros.

Nas serpentes a substância cinza tem arranjo regular, as projeções laterais mostram alguma similaridade com os tubarões. Essas células motoras são provavelmente comparáveis a grupos médios de tartarugas e crocodilos.

Nos crocodilos a enervação da musculatura rígida se apresenta pelo prolongamento da medula, assim como em serpentes, onde grupos laterais aparecem na região lombar, e um alongamento cervical como em tartarugas. A medula espinhal de crocodilos apresenta algumas peculiaridades. Em primeiro a posição frontal diferente do canal central. onde a substância cinza aparece na projeção ventral, bem abaixo do canal. Segundo, o aparecimento de núcleos na periferia das células.

Os neurônios que constituem o grupo de células periféricas afiladas, formam feixes funiculares laterais.

A Evolução dos Répteis

O surgimento dos répteis deu-se há aproximadamente 300 milhões de anos, a partir de um grupo de anfíbios primitivos.

Dos répteis primitivos, surgiram dois grandes grupos: os terapsidas e os tecodontes. Os terapsidas deram origem aos atuais mamíferos, e os tecodontes originaram os dinossauros (extintos), as aves e os atuais crocodilianos.

Os dinossauros dominaram os ambientes terrestres por cerca de 150 milhões de anos, durante o Período Jurássico, a “Idade dos Répteis”. Uma grande onda de extinções em massa aconteceu há aproximadamente 65 milhões de anos, e as suas causas ainda não são completamente claras. Não apenas muitos répteis foram eliminados, mas cerca de 25% de todos os animais aquáticos, como mostram os registros fósseis.

A extinção dos grandes répteis permitiu a explosão populacional das aves e dos mamíferos, que ocorreu a partir dessa época.

Os répteis apresentam cerca de 6.000 espécies atuais que estão divididas em 4 ordens:

a) Ordem Chelonia: Os quelônios são animais dotados de ossos dérmicos resistentes, que formam escudos inteiriços. Não têm dentes, mas um bico córneo, com o qual podem prender e fragmentar os alimentos. Exemplos: tartarugas, jabutis, cágados e tracajás.

b) Ordem Squamata: Divide-se em duas subordens.

Subordem Lacertilia: Lagartos e cobras-de-vidro.
Subordem Ophidia:
Cobras

c) Ordem Crocodilia: Jacarés, crocodilos e gaviais.

d) Ordem Rinchocephala: (rincocéfalos): Tem apenas uma espécie atual, o tuatara (Sphenodon punctatum) da Nova Zelândia, com até 60 cm de comprimento – apresentam ainda o 3º olho na cabeça, que evolutivamente formará a glândula pineal!

As Cobras

O veneno (ou peçonha) das serpentes é secretado por glândulas salivares especiais, situadas ao lado dos maxilares. Cada glândula é ligada por um canal ao dente inoculador.

O que caracteriza uma cobra como peçonhenta é menos a produção do veneno e mais a presença e a disposição dos dentes inoculadores.

As cobras classificam-se em:

Áglifas: Desprovidas de dentes inoculadores, não oferecem risco às pessoas. Exemplo: Sucuri, jibóia, etc.
Opistóglifas:
Possuem dentes sulcados, na parte posterior da arcada superior. Têm dificuldade para inocular o veneno, a menos que a presa esteja dentro da boca. Exemplo: falsas-corais.
Prateróglifas:
Possuem presas sulcadas anteriores, fixos na arcada. Exemplos: Corais verdadeiras.
Solenóglifas:
têm dentes ocos, e não sulcados, que funcionam como uma agulha inoculadora. Esses dentes são retráteis. Exemplos: Cascavel, jararaca, urutu e surucucu.

Essas cobras apresentam a fosseta loreal, pequena depressão localizada entre os olhos e as narinas, sensível a fontes de emissão de calor, como animais de sangue quente.

Os venenos são, geralmente, de natureza protéica.

Classificam-se de acordo com seus principais efeitos em:

Neurotóxico: Exercem ação sobre o sistema nervoso, causando paralisia, ptose palpebral (queda das pálpebras), depressão respiratória e morte. Exemplo: Veneno da Naja.

Neurotóxico e hemolítico: Além da ação neurotóxica, já mencionada, esses venenos destroem os glóbulos vermelhos do sangue. A hemólise decorrente provoca uma descarga maciça de hemoglobina na circulação. Lesões renais e do fígado podem ocorrer. Exemplo: Veneno da cascavel.

Proteolítico: Provocam destruição das proteínas teciduais, causando intensa dor local, necrose e gangrena das regiões afetadas. Exemplo: veneno da jararaca e da urutu.

Classe Reptilia – Evolução

Os répteis estão entre os mais antigos grupos de animais terrestres do mundo. Os primeiros répteis, como são conhecidos hoje em dia, evoluíram dos anfíbios há 250 ou 300 milhões de anos atrás e proliferaram com rapidez até se transformarem numa criatura terrestre. Provavelmente, os primeiros répteis eram fisicamente parecidos com os que existem hoje em dia. Suas peles grossas e impermeáveis os ajudaram a manter a umidade e os ovos em conchas permitiram-lhes se desenvolver em ambientes secos. Estas adaptações os ajudaram a completar seus ciclos de vida na terra. Dessa forma, eles foram capazes de colonizar quase todo o ambiente terrestre muito rapidamente.

Os répteis que conhecemos hoje em dia representam um pequeno exemplo daquelas primeiras criaturas, a maioria evoluiu rapidamente em outras direções.

Registros de fósseis mostram que os dinossauros e seus parentes, por exemplo, foram descendentes dos primeiros répteis, e não ao contrário. Com o tempo, vários grupos de répteis se diversificaram. Nos registros comparativos de fósseis, aparecem répteis parecidos aos mamíferos. A descoberta do famoso fóssil do Archaeopteryx , em 1861, demonstrou que os pássaros também evoluíram destes primeiros reptilianos.

Reprodução dos Répteis

Os répteis se reproduzem sexualmente da mesma forma que outros vertebrados. Antes de procriar, muitas espécies de répteis entram em rituais de acasalamento que podem levar horas ou até dias. O comportamento entre eles durante o acasalamento é amplo e varia entre as diferentes ordens. Os lagartos machos podem mudar de cor ou esvoaçar a pele localizada ao redor da garganta; algumas cobras entram em processos complexos de entrelaçamento e perseguição; as tartarugas e jabutis podem golpear seus prováveis companheiros com as suas patas e os crocodilos e jacarés costumam a berrar ou rosnar, indicando que estão prontos para o acasalamento. Em muitas espécies, as demonstrações de acasalamento dos machos estão feitas para intimidar outros machos e atrair as fêmeas. O ato de acasalamento pode ser incômodo e muito perigoso, principalmente entre as grandes tartarugas e crocodilos, pois estão menos preparados para movimentos ágeis na terra. As tartarugas marinhas costumam a acasalar na água, pois o meio ajuda a suportar seus corpos pesados.

A maioria dos répteis coloca ovos. As fêmeas defendem seus ovos com violência até os filhotes nascerem.

A maioria dos répteis é ovíparo, isto significa que colocam ovos. A desova pode ser feita de muitas maneiras no mundo dos répteis. Algumas espécies podem colocar grandes quantidades de ovos, que se desenvolvem sozinhos, muitas vezes em ninhos escondidos e bem protegidos, embaixo da terra ou na areia.

Tartarugas marinhas como as tartarugas-verdes, por exemplo, chegam na praia para desovar na areia, onde os ovos são deixados para se desenvolverem sozinhos. Em outras espécies como as dos crocodilos ou pítons, as fêmeas defendem o ninho com agressividade, passando longos períodos ao redor do local e afastando qualquer predador.

A maioria das espécies de répteis é ovovivípara, o que significa que os embriões se desenvolvem em ovos de casca fina dentro do corpo da mãe. Os ovos chocam antes de serem colocados para fora do corpo, por isso pode parecer que as espécies ovovivíparas geram os filhotes vivos. A Ovoviviparidade pode ser encontrada em várias espécies de lagartos e cobras.

Fobias de Répteis

O medo generalizado aos répteis é chamado de herpetofobia. Apesar de existirem tipos mais específicos de fobias relacionadas aos répteis, o medo irracional às cobras –conhecido como ofidiofobia – é de longe o mais comum. Alguns psicólogos, incluindo Sigmund Freud, têm considerado o medo generalizado de cobras como uma condição humana universal, explicado com freqüência pelo fato de existirem razões práticas e boas para que os seres humanos sintam medo das cobras. As pessoas têm vivido uma proximidade mórbida com as cobras venenosas por milhares de anos, comentam os psicólogos, o que não surpreende as reações de hostilidade e medo.

Sendo este ultimo argumento legítimo ou não, o certo é que muitas pessoas têm tanto medo de cobras que se recusam a andar em gramas altos ou em outras áreas onde elas possam estar escondidas, inclusive em regiões onde se desconhece a presença delas. Muitas dessas pessoas não podem ver fotos ou assistir filmes de cobras sem ter reações de pânico. Alguns sociólogos argumentam que os anos de aprendizado sobre a periculosidade das cobras, reforçadas principalmente pelo cinema e a televisão que as apresentam de forma antipática, são os maiores responsáveis por estes tipos de reações, embora isto raramente explica porque algumas pessoas reagem de forma tão violenta. O tratamento de fobias de cobras ou qualquer outro medo patológico de répteis é normalmente o mesmo realizado em outros casos de medos irracionais, como pânico a voadores ou aranhas. A hipnose, a terapia comportamental e os medicamentos têm sido usados com sucesso. Muitos zoológicos oferecem cursos para tratar fobias de cobras, expondo a verdade sobre elas, mostrando-as e permitindo até que sejam tocadas.

Lagartos

Hoje em dia, os lagartos talvez sejam os tipos de répteis mais abundantes, bem sucedidos e variados.

Pertencem à ordem dos squamatas, que eles dividem com as cobras e os amphisbaenas. Mais de 4.000 espécies de 26 famílias, aproximadamente, têm sido catalogadas no mundo, em todos os tios de climas, exceto nas regiões polares.

Eles variam em tamanho: de menos de 2cm no caso do dwarf gecko a mais de 3 metros como o dragão de Komodo. Os lagartos também podem viver em qualquer lugar, em árvores ou desertos, e comer de tudo, de insetos a cabras. Em alguns casos, eles podem mudar de cor para se adaptar ao seu entorno ou planar sobre as florestas, usando o excesso de pele existente nos flancos como pára-quedas.

Os lagartos se diferenciam das cobras principalmente pelas patas, embora eles também tenham aberturas auditivas, pálpebras movíveis e mandíbulas menos flexíveis. A maioria dos lagartos tem quatro patas com cinco dedos em cada pé, apesar de existirem várias espécies que perdem seus membros externos do corpo.

Os lagartos são famosos pela rapidez, pelo estado de alerta e pela habilidade para subir ou correr em volta de obstáculos, o que os ajudam a evitar muitos predadores perigosos. Muitas espécies podem deixar cair suas caudas quando são ameaçadas ou pegas. Embora sejam geralmente inofensivos, a maioria das espécies morde quando é capturada, causando dor intensa nos seus captores. Duas espécies, o lagarto-de-contas e o monstro de gila, possuem um veneno muito parecido ao de algumas cobras, embora apresentem pouco risco para os humanos.

TARTARUGAS

Tartarugas e jabutis pertencem à ordem Chelonia, um dos tipos mais antigos de répteis. As primeiras tartarugas evoluíram há mais de 200 milhões de anos, aproximadamente na época dos primeiros dinossauros, e muitas famílias têm mudado pouco desde então. As tartarugas são criaturas com características definidas, com suas mandíbulas com bico, ausência de dentes e carapaças feitas de placas ósseas sobrepostas. A maioria das tartarugas aquáticas, como as terrapins e as pond turtles, tem pés com solas e conchas mais baixas que as auxiliam na hora de nadar. As espécies terrestres, como os jabutis, têm pés mais pesados e voltados para dentro e possuem conchas em forma de domos .

Existem mais de 300 espécies de tartarugas no mundo inteiro, muitas delas perto ou dentro de ambientes aquáticos. Os exemplos mais conhecidos talvez sejam as tartarugas marinhas, apesar de que a grande maioria é associada com tipos de vida terrestre ou de água doce. Sem importar seu modo de vida, todas as tartarugas respiram ar e colocam seus ovos na terra.

Embora muitas pessoas considerem as tartarugas criaturas pacíficas, muitas são caçadoras carnívoras e comem qualquer coisa, desde pequenos invertebrados até peixes e outros animais maiores. Algumas, como a extraordinária matamatá da América do Sul e o American alligator snapper, têm evoluído formas de camuflagem altamente sofisticadas que as ajudam a capturar os peixes com mais eficiência. Outras são conhecidas por sua lentidão, caminhando vagarosamente pela vegetação.

As tartarugas são consumidas como alimentos em várias partes do mundo, principalmente pela carne e os ovos. Muitas espécies estão ameaçadas de extinção, devido à caça e à perda do hábitat. Outras são tidas como animais de estimação, o que contribui para a diminuição do número de suas espécies.

Répteis – Animais Vertebrados

Classe Reptilia
Répteis

Répteis são animais vertebrados que possuem patas curtas e que, por isso, parecem rastejar quando andam; é o caso dos jacarés, dos lagartos e das tartarugas.

Um importante grupo de répteis não tem patas, e rastejam mesmo: é o grupo das cobras. Os répteis são, portanto, animais que rastejam, ou parecem rastejar.

São vertebrados por possuírem endoesqueleto cartilaginoso ou ósseo, composto por um crânio abrigando um encéfalo dividido em três partes e uma coluna vertebral que se dispõe de maneira a formar uma coluna de sustentação do corpo.

Os répteis foram os primeiros vertebrados bem adaptados à vida terrestre, ao contrário dos anfíbios que ainda dependem do meio aquático para se reproduzirem. Os répteis são independentes da água porque seus ovos possuem casca (que evita a perda de água para o exterior) e anexos embrionários. O anexo mais importante é o âmnion, cheio de líquido, que protege o embrião contra choques. Outro anexo de muita importância é o alantóide, uma vesícula que possui vasos sanguíneos e é responsável pela respiração do embrião, além de armazenar os excretas. Nem todos os répteis possuem bexiga urinária. Esta estrutura é encontrada apenas em tartarugas e lagartos, sendo que ela é formada a partir da vesícula alantódea.

ORIGEM E EVOLUÇÃO

Conforme a literatura pertinente os répteis surgiram de um ancestral anfíbio, provavelmente dentro da ordem Anthracosauria durante o Carbonífero (± 315 milhões de anos). Eram criaturas pequenas, semelhantes a lagartos e, provavelmente, foram os ancestrais da maioria dos grupos de répteis.

Nessa época, os répteis já se diferenciaram em duas grandes linhagens:

Synapsida

Que daria origem aos mamíferos em cerca de 190 milhões de anos; Anapsida – grupo de répteis primitivos, que daria origem às demais categorias da classe Reptilia, onde se encontram os quelônios.

Os ossos da região temporal são importantes na classificação reptiliana. Uma característica-chave que distingue as várias categorias de répteis é o número e a natureza dos orifícios nessa região. Nos répteis mais primitivos, o número está representado por um osso único sem aberturas (ou apses), denominado Anapsida.

Diapsida

Grupo de répteis, cujo crânio apresenta duas aberturas temporais, contendo a maioria dos répteis, extintos e viventes.que apareceram durante o Permiano (280 – 225 milhões de anos).

Duas linhagens de diapsidas se tornaram numerosos e diversos no final do período Triássico, que são:

a) Lepidosauria

Que contém a maioria dos répteis viventes nas ordens Rhychocephalia e Squamata (anfisbenias, lagartos e serpentes); a ordem Rhynchocephalia que apareceu durante o Triássico na Europa, Ásia, Américas e África, tem todos os membros desaparecidos antes do final desse período (65 milhões de anos), exceto um único gênero (Sphenodon), considerado um “fóssil vivo” restrito à Nova Zelândia.

b) Archosauria

Extremamente bem sucedidos durante os períodos jurássico e Cretáceo (entre 190 e 65 milhões de anos) = Era dos Répteis. Os mais espetaculares arcosáurios foram os dinossauros, com duas ordens distintas – Saurischia e Ornithischia. (répteis voadores), que deram origem aos crocodilos e jacarés. Na ordem Crocodylia encontra-se os únicos arcosaurios sobreviventes.

A Ordem Chelonia surgiu por volta de 200 milhões de anos atrás, antes da existência de mamíferos, pássaros, lagartos e serpentes; tartarugas com casco completamente formado apareceram abruptamente no registro fóssil, como contemporâneos dos dinossauros. Os quelônios mais antigos são encontrados em depósitos do Triássico superior da Alemanha, Tailândia e Argentina. Diferentemente das espécies viventes, elas tinham dentes e não conseguiam retrair suas cabeças, mas eram, sem dúvida, tartarugas. A característica identificadora desse táxon é o casco. Nenhum outro vertebrado desenvolveu uma armadura como o casco das tartarugas. Por causa do casco, as características de correr, saltar e voar não foram opções evolutivas viáveis, mas uma radiação adaptativa moderada ocorreu dentro do grupo. Inicialmente como seres semi-aquáticos, alguns membros evoluíram para a vida completamente terrestre, habitando florestas, campos e desertos. Outros se tornaram mais exclusivamente aquáticos, invadindo lagos, rios, estuários e os oceanos. Em todos esses processos houve uma adaptação do formato, peso e constituição dos cascos. Os lagartos, provavelmente primeiro apareceram no período Triássico (245-240 milhões de anos atrás), mas fósseis seguramente pertencentes a famílias de lagartos existentes hoje em dia são datados da segunda metade do Cretáceo, a cerca de 120 a 100 milhões de anos atrás.

No entanto, a presença de fósseis de lagartos muito parecidos com grupos que viveram no Jurássico (200-145 milhões de anos atrás), sugere que a maioria das características presentes nos lagartos de hoje foram adquiridas a quase 200 milhões de anos atrás. A maioria dos lagartos possui pálpebras e ouvidos externos abertos (as serpentes não possuem) e esses traços refletem a conservação de características primitivas. Portanto, os lagartos podem ser definidos como aqueles escamados com carência de órgãos e traços altamente especializados, diferentemente das serpentes e dos anfisbenídeos.

A CLASSE REPTILIA

A classe reptilia engloba as seguintes ordens:

Ordem Squamata – ou “répteis de escamas”

Representada pelos lagartos e cobras; Ordem Crocodilia – representada pelos crocodilos e jacarés Ordem Chelonia – representada pelas tartarugas, cágados, e jabutis; e Ordem Rhynchocephalia – cuja única espécie representante é o “Tuatara” da Nova Zelândia

Estas ordens representam apenas quatro das dezesseis ordens conhecidas que floresceram durante o Mesozóico, a era dos répteis, quando os mesmos eram ainda dominantes.

Evolutivamente, os estudiosos (principalmente Pritchard) dividiram a Ordem Chelonia em duas Sub-Ordens: Cryptodiros (mais evoluída) e Pleurodiros.

Os critérios adotados para esta classificação foram os seguintes:

1º Critério: o movimento do pescoço.
2º Critério:
fusão da pelve com o plastrão.

Assim, os Cryptodiros são os que retraem o pescoço num plano vertical e possuem a pelve não unida ao plastrão. Cerca de 10 famílias estão incluídas nesta Sub-Ordem, entre elas as tartarugas marinhas, os jabutis e o muçuã.

Já os Pleurodiros são os que apenas flexionam o pescoço num plano lateral e possuem a pelve unida ao plastrão. Os Pleurodiros só ocorrem no hemisfério sul, embora no cretáceo e terciário superior era encontrado no hemisfério norte, mas, foram deslocados pelos Cryptodiros da América do Norte, Europa e Ásia.

Esta Sub-Ordem encontra-se atualmente dividida em 03 famílias: Pelomedusidae, Podocnemidae e Chelidae, que englobam juntas cerca de 50 espécies.

Atualmente são conhecidos no mundo, cerca de 300 espécies de quelônios entre tartarugas marinhas, tartarugas de água-doce e tartarugas terrestres, ocorrendo em território brasileiro 33 espécies, sendo 5 marinhas, 26 de água-doce e apenas 2 terrestres, os jubitis.

Ataques de Répteis

A maioria dos répteis é calma e prefere escapar em lugar de atacar os humanos, mesmo quando é ameaçada. É mais provável que você morra num acidente de trânsito ou por uma picada de abelha do que por uma picada de cobra, não importando onde você morar. Mesmo assim, milhares de ataques às pessoas são registrados no mundo inteiro a cada ano, muitos feitos por cobras venenosas e não venenosas. Como esses ataques acontecem em áreas rurais afastadas e em plantações, é muito difícil fazer uma estatística correta. Muitas picadas de cobras não são reportadas, até mesmo as fatais. Segundo estimativas, 5 milhões de pessoas são picadas por cobras todos os anos, das quais 125.000 morrem por envenenamento.

Ásia, África e América do Sul são os lugares com maiores probabilidades para picadas de cobras, principalmente fatais. Estima-se que 35.000 a 50.000 pessoas morrem por picadas de cobra por ano somente na Índia, devido à enorme população do país e ao grande número de trabalhadores na agricultura e nas florestas, que podem ter um contato mais freqüente com cobras venenosas. Em muitas regiões, o desmatamento para a agricultura tem incrementado muito o número de roedores e rãs, atraindo grandes quantidades de cobras. Normalmente, muitos trabalhadores são picados nessas áreas por cobras muito bem camufladas, que se escondem na vegetação densa. As principais culpadas do alto risco nos países asiáticos são as najas e as jararacas, principalmente a perigosa Víbora de Russell.

Na Índia, no Oriente Médio e na África, a pequena e agressiva víbora Echis carinatus é responsável por muitas mortes que acontecem anualmente.

A picada de cobra também acontece nos países do Primeiro Mundo, principalmente na América do Norte e Austrália. Mas graças ao bom atendimento médico e a disponibilidade de conseguir antídotos caros, é possível evitar o aumento do número de vítimas fatais. Mesmo sendo a Austrália o lugar que tem o maior número de cobras venenosas, o país possui um baixo percentual de mortes por picadas de cobras; em média, apenas uma morte por ano. Dos 8.000 casos de vítimas de cobras venenosas nos Estados Unidos, morrem entre cinco a dez pessoas anualmente, principalmente por picadas de cascavéis, copperheads e moccasins.

Os crocodilos também são outros répteis que podem atacar as pessoas. Centenas de indivíduos são mortos por crocodilos na África todos os anos, devido à invasão do seu hábitat pelo aumento da população humana. Na Austrália, os ataques dos crocodilos de água salgada atraem a mídia, mas são muito raros. Em média, apenas uma morte por ano é reportada, graças à boa divulgação sobre o seu hábitat e sua agressividade.

Fonte: br.geocities.com/www.vivaterra.org.br/animalplanetbrasil.com

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