Oropouche

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Oropouche – O que é

O vírus Oropouche é um dos orthobunyavirus mais comuns.

Quando o vírus Oropouche infecta seres humanos, causa uma doença febril rápida chamada febre Oropouche.

O vírus Oropouche foi originalmente relatado em Trinidad e Tobago em 1955 a partir da amostra de sangue de um paciente com febre e de um pool de mosquitos Coquillettidia venezuelensis.

Em 1960, o vírus Oropouche foi isolado de uma preguiça (Bradypus tridactylus) e um pool de mosquitos Ochlerotatus (Ochlerotatus) no Brasil.

O vírus é considerado uma ameaça à saúde pública em áreas tropicais e subtropicais da América Central e do Sul, com mais de meio milhão de pessoas infectadas em 2005.

O vírus Oropouche é considerado um arbovírus devido ao método de transmissão pelos mosquitos Aedes serratus e Culex quinquefasciatus entre preguiças, marsupiais, primatas e aves.

Oropouche – Vírus

O vírus Oropouche é uma causa importante de doença por arbovírus em países da América Latina, mais especificamente na região amazônica do Brasil, Venezuela e Peru, assim como em outros países, como Panamá.

Nas últimas décadas, os aspectos clínicos, epidemiológicos, patológicos e moleculares do vírus Oropouche foram publicados e fornecem a base para uma melhor compreensão desse importante patógeno humano.

O vírus Oropouche é um dos arbovírus mais comuns que infectam seres humanos no Brasil.

Estima-se que desde o primeiro isolamento do vírus em 1955, ele afetou mais de meio milhão de pessoas. No entanto, o número exato de casos é difícil de determinar, porque a infecção é subnotificada devido à semelhança dos sintomas com outras doenças febris arbovirais, como Dengue, Zika, Chikungunya e Mayaro febres.

A falta de um diagnóstico preciso em hospitais e centros de saúde dificulta a devida notificação epidemiológica, que é a principal razão pela qual o número estimado de casos é menor do que provavelmente ocorre na população, especialmente na região endêmica da Amazônia.

O primeiro caso da doença Oropouche foi descrito em Trinidad e Tobago em 1955: o vírus foi isolado do sangue de um trabalhador florestal febril (cepa TRVL 9760), um residente de uma aldeia chamada Vega de Oropouche, a 5 km ao norte de Sangre Grande.

O vírus foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960 a partir do sangue de uma preguiça, Bradypus trydactilus, capturado em uma área florestada durante a construção da rodovia Belém-Brasília e também de uma piscina de mosquitos Ochlerotatus serratus capturados na mesma área.


Mosquito Ochlerotatus

No ano seguinte, o vírus foi novamente detectado na cidade de Belém, capital do estado do Pará, norte do Brasil. Na ocasião, uma grande epidemia de febre Oropouche foi relatada em Belém, com cerca de 11 mil pessoas afetadas.

Com esse surto, o vírus Oropouche demonstrou seu potencial epidêmico e muitos outros surtos foram descritos posteriormente em áreas urbanas nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará, Rondônia e Tocantins, além de outros países da América do Sul, como o Panamá. em 1989 e na região amazônica do Peru entre 1992 e 1994.

Mais recentemente, o vírus Oropouche foi relatado nos municípios de Parauapebas, Porto de Moz, Igarapé Açu, Magalhães Barata e Maracanã, no estado do Pará, norte do Brasil; os três últimos foram localizados na área de Bragantina, a região onde o vírus foi detectado pela primeira vez em 1970.

Em 2009, o último surto do o vírus Oropouche foi relatado nos municípios de Altamira e Santa Bárbara, no estado do Pará, e posteriormente em Mazagão, no estado do Amapá, Brasil.

Oropouche – Febre


Febre oropouche

A febre Oropouche é uma infecção viral tropical, uma zoonose semelhante à dengue, transmitida por picada de mosquitos (espécie Culicoides paraensis) e mosquitos do sangue de preguiças para humanos.

Ocorre principalmente na região Amazônica, Caribe e Panamá. A doença tem o nome da região onde foi descrita e isolada pela primeira vez no Laboratório Regional de Vírus de Trinidad, em 1955, o rio Oropouche em Trinidad e Tobago e é causada por um arbovírus específico, o vírus Oropouche (OROV), da família Bunyaviridae.

O OROV foi descrito pela primeira vez no Brasil em 1960, isolado do sangue de uma preguiça (Bradypus tridactylus) capturada na floresta tropical durante a construção da Rodovia Belém-Brasília.

mosquito Ochlerotatus serratus foi implicado como um possível vetor, pois o OROV também foi encontrado em seu sangue. Segundo Nunes e cols. (2005), “o genoma OROV consiste em 3 RNAs de sentido negativo, de fita simples e partidários, denominados RNA grande (L), médio (M) e pequeno (S). Esses RNAs são previstos para codificar uma proteína grande ( L: atividade da polimerase), glicoproteínas de superfície viral (Gc e Gn) e proteína NSM não estrutural, bem como proteínas nucleocapsídeo (N) e NSS. Sequências nucleotídicas completas foram determinadas para todos os 3 segmentos de RNA, e estudos anteriores da A biologia do gene N (SRNA) de 28 cepas OROV diferentes indicou a existência de 3 genótipos, designados I, II e III.”

Grandes epidemias são comuns e muito rápidas, sendo que uma das primeiras maiores ocorreu na cidade de Belém, no estado do Pará, na Amazônia brasileira, com 11.000 casos registrados. Na Amazônia brasileira, o oropouche é a segunda doença viral mais frequente, depois da dengue. Várias epidemias geraram mais de 263.000 casos, dos quais 130.000 ocorreram apenas no período de 1978 a 1980 [1]. Atualmente, só no Brasil estima-se que tenham ocorrido mais de meio milhão de casos.

A febre Oropouche tem uma febre de início abrupto, inicialmente com sintomas genéricos semelhantes aos observados na dengue como: calafrios, dor de cabeça, anorexia, dores musculares e articulares e vômitos.

Os pacientes podem desenvolver sintomas de meningite. O diagnóstico é obtido pela dosagem dos níveis séricos do anticorpo específico para o vírus.

A doença não tem terapia específica, mas geralmente o tratamento sintomático é introduzido, com o uso de certos analgésicos e anti-inflamatórios orais. que devem ser prescritos por um médico, pois alguns deles (como a aspirina) são perigosos, pois reduzem a atividade de coagulação do sangue e podem agravar os efeitos hemorrágicos.

A infecção geralmente é autolimitada e as complicações são raras. Os pacientes geralmente se recuperam totalmente sem efeitos nocivos a longo prazo.

Oropouche – Taxonomia e Classificação


Vírus
 Oropouche

O vírus Oropouche é um membro da família Bunyaviridae, gênero Orthobunyavirus, o maior gênero de vírus de RNA com mais de 170 vírus nomeados correspondentes a 18 sorogrupos diferentes e 48 complexos de espécies.

A classificação do vírus Oropouche foi originalmente feita usando métodos sorológicos, como a FC, testes de inibição da hemaglutinação (HI) ou neutralização (NT).

Esses métodos têm sido usados para agrupar vírus por sua relação antigênica. do vírus Oropouche pertence ao serogrupo Simbu, que inclui 22 vírus oficialmente reconhecidos que foram agrupados em sete diferentes complexos de espécies: Akabane, Manzanilla, Oropouche, Sathuperi, Simbu, Shamonda e Shuni, 11 bem como vários outros vírus recentemente descritos que não ainda foi atribuído a uma espécie ou a um serocomplexo.

Com o advento dos métodos moleculares e sequenciamento de nova geração, seqüências genômicas completas foram determinadas, melhorando a taxonomia dos vírus, incluindo membros do gênero Orthobunyavirus.

Atualmente, o sorogrupo Simbu é composto por dois subclados filogenéticos: subclade A, que inclui Oropouche. e orthobunyavirus Manzanilla e subclade B, constituídos pelos vírus Simbu, Shuni, Shamonda, Sathuperi e Akabane.

Antígenos de hemaglutinina podem ser preparados para o vírus Oropouche a partir de amostras de cérebro e soro de hamsters infectados, que têm sido usados em vigilância epidemiológica para diagnóstico serológico preciso. de infecções do vírus Oropouche desde 1985.

O vírus Oropouche replica-se em numerosas culturas de células, incluindo C6 / 36, Vero, BHK-21, MA III, LCM-MK2 e fibroblastos embrionários primários de galinha, causando um efeito citopático de subtotal a destruição total da monocamada de células, dependendo da multiplicidade de A no vírus Oropouche é sensível ao desoxicolato de sódio, que reduz a capacidade do vírus de infectar as células do hospedeiro, destruindo a glicoproteína do envelope, uma estrutura viral que está diretamente associada à interação vírus-hospedeiro.

Oropouche – Estrutura Viral, Genoma e Ciclo Replicativo

Embora nenhum estudo ultraestrutural específico do vírus Oropouche em tecidos humanos tenha sido publicado até o momento, é provável que este agente viral exiba partículas com características morfológicas semelhantes a outros membros do gênero Orthobunyavirus.

Estudos ultra-estruturais do vírus La Crosse mostraram que as partículas do vírus são esféricas, medindo entre 80 e 110 nm de diâmetro, circundadas por um envelope lipídico.

Internamente, a partícula viral contém três segmentos de RNA de cadeia única de RNA genômico de diferentes tamanhos que estão individualmente conectados à proteína L (RNA polimerase dependente de RNA viral) e que são circundados pela proteína nucleocapsídeo (N), formando três ribonucleoproteínas.

Os segmentos genômicos são denominados pequeno (SRNA), médio (MRNA) e grande (LRNA), de acordo com seus respectivos tamanhos moleculares.

O genoma viral parcial para o protótipo brasileiro da cepa do vírus Oropouche BeAN 19991 foi sequenciado, e recentemente foram descritas as sequências genômicas completas para os três segmentos, incluindo as regiões não codificantes (NCRs), mostrando um segmento SRNA de 958 nucleotídeos, um RNAm com 4.385 nucleotídeos e um LRNA com 6.852 nucleotídeos de comprimento.

As sequências codificantes dos três segmentos genômicos são flanqueadas por dois NCRs terminais, a saber, 5 ‘e 3’ NCRs, que têm diferentes números de nucleotídeos de comprimento, mas têm onze nucleotídeos que são altamente conservados entre os três segmentos de RNA.

Essas regiões são complementares entre si em um arranjo típico que fornece uma circularização no RNA genômico que é essencial para a atividade desta região como promotores de replicação e transcrição, como indicado recentemente em um ensaio do sistema de minigenoma que introduziu mutações nos NCRs.

O LRNA contém um quadro de leitura aberta (ORF) que codifica a proteína L, uma RNA polimerase dependente de RNA. A proteína L tem um peso molecular de 261,25 kDa e está associada aos três segmentos de RNA viral.

O RNAm contém uma única ORF que codifica uma grande poliproteína que é clivada após ou durante a tradução, produzindo três proteínas virais, duas glicoproteínas de superfície estrutural: Gn (28,03 kDa) e Gc (107,14 kDa) e uma proteína não estrutural denominada NSm (26,65 kDa).

O segmento SRNA codifica uma proteína nucleocapsídeo estrutural (26,26 kDa) e uma proteína NS não estrutural (10,65 kDa), em duas ORFs sobrepostas. Recentemente, o resgate de vírus recombinantes do vírusOropouche por genética reversa sem essas proteínas não estruturais demonstrou que NSm é dispensável para replicação de vírus em células de mamíferos e mosquitos, enquanto NSs é um importante gene de virulência, atuando como um antagonista do interferon tipo I (IFN).

O LRNA contém um quadro de leitura aberta (ORF) que codifica a proteína L, uma RNA polimerase dependente de RNA. A proteína L tem um peso molecular de 261,25 kDa e está associada aos três segmentos de RNA viral.

O RNAm contém uma única ORF que codifica uma grande poliproteína que é clivada após ou durante a tradução, produzindo três proteínas virais, duas glicoproteínas de superfície estrutural: Gn (28,03 kDa) e Gc (107,14 kDa) e uma proteína não estrutural denominada NSm (26,65 kDa).

O segmento SRNA codifica uma proteína nucleocapsídeo estrutural (26,26 kDa) e uma proteína NS não estrutural (10,65 kDa), em duas ORFs sobrepostas.

Recentemente, o resgate de vírus recombinantes do vírus Oropouche por genética reversa sem essas proteínas não estruturais demonstrou que NSm é dispensável para replicação de vírus em células de mamíferos e mosquitos, enquanto NSs é um importante gene de virulência, atuando como um antagonista do interferon tipo I (IFN).

Os detalhes do ciclo de replicação do vírus Oropouche ainda são desconhecidos. A produção de progênies é observada 10 horas após a inoculação do vírus em células HeLa, com pico após 24 horas.

A interação entre a partícula viral e o receptor celular é mais provavelmente mediada pelas glicoproteínas de superfície Gn e Gc, e o vírus entra nas células HeLa. por endocitose mediada por vesículas revestidas com clatrina, enquanto a liberação de partículas virais do endossomo depende da acidificação endossômica.

Um importante efeito citopático observado após a replicação do vírus Oropouche em células HeLa é a indução de apoptose, que foi detectada 36 horas após a infecção.

A liberação do citocromo c e a ativação das caspases 9 e 3 foram detectadas e a apoptose ocorre sem afetar a carga viral, indicando que isso pode ser importante durante o ciclo de replicação do vírus Oropouche.

O mesmo trabalho sugere que a síntese proteica viral é necessária para a indução de apoptose, indicando que uma ou mais proteínas virais podem estar envolvidas neste mecanismo.

Oropouche – Diagnóstico Laboratorial

O diagnóstico da infecção por OROV é feito basicamente por meio de técnicas clássicas e moleculares de virologia:

1) tentativa de isolamento do vírus em camundongos recém-nascidos e cultura de células (células Vero);
2)
 ensaios sorológicos, como HI, NT, testes de FC e ensaio de imunoabsorção enzimática interno para detecção de imunoglobulina total, IgM e IgG, respectivamente, em soros convalescentes;
3)
 reação em cadeia da polimerase com transcrição reversa (RT-PCR) e RT-PCR em tempo real para detecção de genoma em amostras agudas (soros, sangue e vísceras de animais infectados). Neste último caso, os métodos moleculares foram projetados para detecção específica de fragmentos do genoma de SRNA. No entanto, devido à existência de eventos de recombinação de OROV (por exemplo, MDDV, IQTV e PERDV), são necessárias novas abordagens baseadas no segmento de mRNA de OROV, que é exclusivo desse vírus, para detectar especificamente infecções causadas por esse importante patógeno humano.

Em 2001, Saeed e outros projetaram o primeiro antígeno de proteína recombinante do nucleocapsídeo usando um sistema bacteriano de Escherichia coli plasmidial.

Este antígeno foi testado em ensaio imunoenzimático IgM (ELISA) em amostras clínicas de pacientes infectados pelo OROV no Brasil e Peru. Infelizmente, não há diagnóstico comercial disponível ou testes rápidos baseados em imunoensaios (por exemplo, ELISA, imunocromatografia).

Oropouche – Tratamento

A doença é geralmente autolimitada e pode se resolver sozinha em poucos dias.

O tratamento consiste em beber bastante líquido para se manter hidratado e tomar analgésicos e antitérmicos para dor e febre.

Em casos extremos de febre oropouche, medicamentos antivirais podem ser prescritos para ajudar a combater a doença viral.

Fonte: www.ncbi.nlm.nih.gov/en.wikipedia.org/www.sciencedirect.com/www.bionity.com/www.privatehealth.co.uk

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